domingo, 11 de março de 2018

Os Anjos vieram a Lisboa

No passado dia 8 fui ver o Concerto de Slowdive em Lisboa.
Confesso que não ia com grandes expectativas. A banda que não editava nenhum disco desde 1995, editou em 2017 provavelmente um dos melhores desse ano. 
Passaram mais de 20 anos e duvidava da forma dos músicos em palco.
Logo a abrir percebi que ia acontecer ali magia naquela noite. Abriram o concerto com "Slomo", faixa do mais recente albúm. Enquanto iam afinando as guitarras e acertando o ritmo da bateria, Rachel com a sua voz doce ia transmitindo ao público que estava tudo bem e que estavam apenas a aquecer.
A noite prosseguiu em crescendo. O público estava incondicionalmente com a banda e os Slowdive em comunhão com o público.
O alinhamento foi perfeito, Começam os primeiros acordes de "Alison", uma música que termina com a frase: I guess she’s out there somewhere”, que nos transporta para alguém importante que um dia perdemos e que talvez se olharmos para trás a voltemos a encontrar. É uma música sobre o fim de uma relação. A banda de Reading dá-nos o mote para a nostalgia, mas logo de seguida dá-nos a receita para voltarmos a encontrar a Esperança com o tema mais emblemático do novo disco, "Sugar for the Pill", que nos transmite de uma forma suave como tornar algo mau em algo mais tolerável.
As guitarras electrizantes, com efeitos surpreendentes, contrastavam com as vozes Angelicais dos dois vocalistas . Serão assim as vozes dos anjos, se as tiverem. 
Durante quase duas horas aconteceram momentos de verdadeira hipnose generalizada. Os silêncios respeitados. O êxtase  em sintonia com as notas. 
Foi notório quando o Concerto acabou o sorriso geral de um Público  que provavelmente saiu daquela sala de espectáculos com a certeza de ter assistido a um dos melhores concertos dos últimos tempos.
Um bocadinho deles

4 comentários:

  1. Assistir a concertos de bandas que gosto é um dos poucos momentos em que me consigo abstrair totalmente da realidade que me rodeia.
    A música é algo fascinante :)
    Marta

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    1. A música é de facto algo de fascinante. Tenho uma forma muito própria de a consumir que me proporciona momentos bastante agradáveis. Também tenho aquelas músicas que me transportam a lugares que me fazem reviver velhos fantasmas, mas é uma dor que aguento bem ;)

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  2. Olha, também lá estive. Mas saí precisamente na Alison. Escutei o “I guess she’s out there somewhere”, olhei em volta e encontrei-a. E levei-a para casa. Nunca mais a vou voltar a ver. ;)

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    1. Eu não olhei para trás.. fiquei até ao fim do concerto e fui sozinho para casa :)

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