Há muito que não escrevo. Não me tem apetecido. Pura preguiça.
Tenho recebido alguns e-mails onde me perguntam se está tudo bem comigo e qual a razão pela qual não tenho escrito.
Tendo já respondido a uma das questões, irei de seguida responder à outra.
Estou óptimo, feliz e sobretudo em paz.
Faz precisamente um ano em que tudo mudou.
Em Janeiro de 2018 senti a minha Vida desmoronar-se literalmente.Se hoje mais do que Fé, tenho certezas, há um ano senti-me mergulhado em areias movediças. Sem retorno. Sem perpectivas de haver uma corda à qual me agarrar.
Durante a minha existência já tive de recomeçar algumas vezes. Fazer reset e manter a cabeça à tona, mesmo com pedras atadas às minhas pernas.
Passei por uma fase de uma tristeza sombria e gelada, depois de descrença, de raiva e confesso que amaldiçoei o Universo por ser tão filho da Puta.
Na noite de 06 de Março de 2018 foi quando tudo começou a mudar e alguém me atirou uma corda onde me agarrar.
Sozinho não teria sido capaz de sair dalí. Uma simples mensagem enviada em completo desespero, foi sem eu na altura ter noção o meu salto de Fé.
Alguém me puxou e até ao dia de hoje não mais saiu da minha vida.
A partir daquele dia nada mais foi igual.
Não sabia eu ainda que uns meses mais tarde seria eu a atirar uma bóia de salvação a essa Pessoa.
Não é que o filho da puta do Universo tem uma noção de equilíbrio e de Justiça único?!
O ano de 2018 acabou por ser um dos piores anos das nossas vidas, mas também um dos melhores.
O teu fardo foi bem maior do que o meu; mas tenho a certeza que a minha presença acabou por aliviar um pouco o peso que tiveste de carregar.
Este ano vamos comemorar o dia 6 de Março com um piquenique no Central Park. Não vejo melhor forma de reavivar esta data tão importante.
A segunda metade de 2018 foi fantástica. Fiz a viagem da minha vida. Marcou-me imenso (fisicamente também; ainda tenho as marcas das rochas do Malecon na minha pele). Conheci lugares mágicos, pessoas fantásticas, que confiavam cegamente em nós para as levarmos para aqueles sítios nada turísticos e ficavam deslumbradas pela nossa conexão.
Acrescentei outras Pessoas cujo carinho tanto me enche.
Fiz o meu luto e estou com alguém que me faz tanto sentido.
2018 acabou por ser o meu ano. Evoluí tanto. Estou agora rodeado de boas energias.
Aprendi também que nem sempre se deve desculpar. Existem pessoas tóxicas que nos fazem mal e a quem não devemos dar a outra face. Isto tem o nome de sobrevivência.
Não esquecer o bem que nos fazem, mas também não olvidar o mal que nos causam.
Fazendo uma retrospectiva lúcida, os erros que cometi prejudicaram-me sobretudo a mim. Investi tudo numa relação e esqueci-me de que sou eu a base do meu equilíbrio.
O mais curioso é que quando essa relação terminou, foi-me dada a oportunidade de olhar para dentro e fazer as coisas de forma diferente. Claro que não o percebi logo.
Sustentar o nosso bem estar através de alguém, não só é um erro crasso, como confere uma enorme responsabilidade à outra pessoa. É uma forma de egoísmo (no meu caso) inconsciente, que provoca mazelas e que desgasta.
Podemos dar tudo, não temos é o direito de pensar que a outra pessoa fica obrigada contratualmente a corresponder às nossas expectativas. Especialmente quando nada nos exigem.
Por outro lado também me senti muito magoado com algums atitudes. Fui acusado de coisas horríveis injustamente, quando apesar das minhas lacunas, existem barreiras que eu não transponho. Felizmente tive alguém do meu lado que presenciou in loco essas injustiças e que sabia que não passavam disso; de graves injustiças.
Tenho também de falar da gratidão que sinto pelos amigos que já tinha e que sempre estiveram disponíveis para mim, apesar de muitas vezes eu me afastar; e pelos novos que ganhei durante o ano de 2018, que me encheram e enchem de carinho e me provocam sorrisos constantes.
Para o final deixei a pessoa mais importante, aquele que me ama de uma forma incondicional e que me proporciona momentos únicos de felicidade. O meu Filho.
Está a crescer tão bem, as pessoas que me rodeiam sentem tanto carinho por ele que por vezes me emociono pela forma como se relacionam com ele.
Foi-lhe agora diagnosticada dislexia, algo que eu e a mãe dele já suspeitávamos. Tem tido algumas dificuldades na Escola devido a este problema e temos trabalhado imenso com ele, para tentar minimizar o desconforto e a dificuldade que ele sente.
É uma criança tão meiga e com um sentido de adaptação que me enche de orgulho.
Um bom 2019 para todos e que eu consiga trilhar o meu percurso este ano da mesma forma como terminei 2018.
Abandonado para poder ser resgatado
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