Quero descobrir como se chega ao infinito
Que se me revelem todos os prazeres enclausurados.
Sentir a suavidade da relva húmida nos meus pés descalços.
Quero que me expulsem sem contemplações do espaço e do tempo.
Que a descrença se converta em fragmentos de partículas de ar.
Desejo que a minha fome seja alimentada pelas minudências das palavras sem expressão.
Que a chuva não me molhe, mas me desperte.
Que a Primavera seja o apogeu do Inverno e que trave o Verão.
Rodopiar, ser uma roda centrífuga que me transforme em vácuo.
Quero que a morte não seja eterna, nem escura, nem sequer morte.
Quero umas vezes ser, outras desaparecer. Um fantasma de carne.
Beber da fonte que se esconde dos homens e cuja água límpida forma a Alma.
Correr contigo de mão dada e largar-te quando estiveres cansada.
Ficar preso numa fotografia a preto e branco emoldurada por cima de um altar repleto de velas apagadas.
Ser o principio e o fim da minha demanda encharcada de Esperança.
Quero que os meus olhos filtrem a luz que emanas; que te vejam opaca.
Que tudo aquilo que mais anseio exista em duplicado.
Quero que a paz e a tranquilidade me sejam servidas numa bandeja de ouro branco cravejada de rubis vermelhos sangue.
Que o convencional seja disforme e me vende os olhos, guiando-me a seu preceito.
Quero ir sem a certeza de voltar.
Para o Jeff
Gostava de ter coragem de te dizer que te quero salvar, de que te quero embalar nos meus braços. De quando passo por ti de te agarrar na mão.
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigado, mas só eu me posso salvar a mim próprio;)
ResponderEliminarBeijinhos
O que eu gostava mesmo era de encontrar nos teus textos a alegria da vida, que te sentisses inteiro e sem necessidade de salvação ...
ResponderEliminarEste texto não espelha tristeza, muito pelo contrário. Fala sobre como seguir em frente, sem olhar para trás... na verdade sinto-me inteiro, mais lúcido e pragmático.
EliminarJá não vinha à blogosfera há uns dias. Vim hoje e dou com este teu poema fantástico. Confesso que de o ler tantas vezes seguidas me sinto inebriada pelas suas palavras.
ResponderEliminarBeijinhos
Obrigado pelas tuas palavras tão simpáticas :)
EliminarBeijinhos
"Ela" tem muita sorte 😉. Deixa-te levar... Na pureza e leveza.
ResponderEliminarNa verdade a cada dia que passa sinto mais essa leveza ;)
ResponderEliminarLindo texto Paper Cut. Gosto tanto de te ler. Adoro a tua sensibilidade.
ResponderEliminarObrigado ;) Beijinhos
EliminarTens que acreditar :)
ResponderEliminarEu acredito;)
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