quinta-feira, 31 de maio de 2018

Funeral

Ontem aprendi uma lição de vida muito importante.
Por mais que acreditem, nunca conhecerão ninguém verdadeiramente.
Foi talvez a maior desilusão que tive até hoje.
Senti-me tão injustiçado, magoado, ferido, desapontado.
Apenas alguém por quem nós temos um elo tão forte, consegue fazer-nos sentir desta forma.
Já aqui neste blog referi tantas vezes as minhas imperfeições e estou tão ciente delas.
Porém tenho perfeita noção do meu carácter e aqueles que me conhecem sabem que nunca lhes falho.
Aprendi que é mais fácil acreditar naquilo que nos convém do que numa pessoa que sempre deu tudo por nós, que esteve sempre ao nosso lado, que apesar de imperfeito nunca usou máscaras.
A facilidade com que se fica em silêncio, deixando alguém completamente desnorteado, confuso, repleto de dúvidas é assustadora.
Escrevi aqui vários textos acerca de alguém que foi talvez uma das pessoas mais importantes da minha vida e até ao dia de ontem não mudaria uma única vírgula em qualquer desses textos.
Hoje ao reler esses textos, muitas das coisas que escrevi deixaram de me fazer sentido.
Sinto-me tão triste por isso. Sinto-me enganado, confuso, desacreditado.
O Tempo como juiz é imparcial e absoluto.
Ontem perdi uma parte muito importante de mim, mas percebo que é a parte que me faz mal.
Condemnation


5 comentários:

  1. Ola Paper Cut. Sei perfeitamente a que textos te referes. Quando alguém nos é bastante especial e amamos de verdade, vemos essa pessoa como um ser perfeito. A verdade é que ninguém é perfeito e essa pessoa também não o é. Escreveste aquilo que sentiste, não te auto-flageles por isso. As pessoas acabam sempre por se revelar. Segue em frente com as tuas convicções e deixa que essa pessoa lide com a sua consciência. Beijinhos
    Monica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Neste momento sinto uma apatia generalizada por essa pessoa. Na verdade penso que mesmo que nunca até hoje alguém me desiludiu tanto. Não pode valer tudo para alcançar um determinado fim. Sinto-me tão desrespeitado e desiludido. De facto criei na minha cabeça uma imagem completamente distorcida dessa pessoa. A palavra egocêntrica é aquela que primeiro me ocorre.

      Eliminar
  2. Ola amigo. Tínhamos decidido após a conversa que tivemos hoje de manhã que ias esquecer isso, porque a tua consciência está tranquila e não és tu quem está mal. Além de tudo aquilo que me mostraste(e que não era necessário) é muito triste alguém com quem estiveste 3 anos ter tido tal atitude. Eu estou do teu lado porque te conheço bem e apesar da tua loucura existem barreiras que não ultrapassas. Possivelmente essa pessoa agiu assim porque fosse algo que ela fizesse e esta a pôr-te no mesmo patamar. Esquece, não penses mais nisso. És uma pessoa fantástica com um coração enorme e mereces melhores pessoas na tua vida. Promete-me que este assunto fica encerrado aqui e agora. (Nunca mais jures pelo teu filho, ninguém neste Mindo merece que o faças). Adoro-te.

    ResponderEliminar
  3. Só quem guardamos em nós nos pode apunhalar por dentro, é o risco que se corre sempre. E é verdade que nunca se conhece realmente ninguém, mesmo que tenhamos a sensação que sim, como também não nos conhecemos a nós mesmos inteiramente, porque vamo-nos descobrindo com o caminho, e aos outros, já agora. Mas a maneira como vemos os outros depende do nosso olhar, de nós, e as pessoas que mais gostamos - por uma qualquer razão que normalmente nos escapa à razão - são para nós o que guardamos delas, melhor, o que vamos querendo guardar delas, muitas vezes nem o que fazem ou dizem controla isso, como se houvesse ali uma redoma que os protegesse. Uma das minhas frases preferidas (da Anaïs Nin) diz alguma coisa como : "não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos" e isto explica muita coisa.
    E não, as pessoas não te tratam de acordo com a maneira como as tratas, as pessoas tratam-te de acordo com a maneira como são. Há muito que aprendi que a teoria de que o universo é curvo, e que o que dás é o que recebes, não é verdade. Não há justiça, há se calhar um certo equilíbrio conseguido à custa de muitos desequilíbrios. Umas vezes és injustiçado noutros és injusto (e custa dos dois lados para quem preza a justiça). Mas o tempo vai trabalhando os equilibrios. Tens de dar tempo de arrefecer ao tempo :)

    ResponderEliminar