Conta-me tudo sobre os Amores Platônicos.
Explica-me como saciar algo sem que se consuma a carne?
Entendo a intensidade, acredito que seja real. Apenas desconfio da pureza.. Podes argumentar que tudo é puro até que se lhe toque.
Posso achar que é uma ilusão, podes contrapor e dizer-me que a Alma também precisa de alimento.
Talvez seja como sentir algo imaculado. É viver em Estado de Graça. Uma questão de Fé.
Vive-se (bem) assim?
Existe com toda a certeza um enorme fluxo de Energia; mas a Energia não se esgota se não for alimentada?
Para mim e desculpa a franqueza os Amores Platônicos são a génese de algo com um final anunciado.
São assim que todos os Amores começam dizes-me tu. Eu digo-te que são assim que alguns Amores se começam a desvanecer.
Recua no Tempo e repara no desfecho dos maiores dos Amores Platônicos. Todos com um fim trágico.
É certo que ficaram na História, mas de que serve perpetuar no Tempo algo que nunca se consumou?
Agora dizes-me que sou um cínico. Aceito. Contudo não sou hipócrita.
Sei o que é ser intenso quando se ultrapassa a Metafísica e nos entregamos sem reservas.
Todos os tipos de Amor são válidos dirás-me tu. Verdade, direi eu.
Há uma coisa em que divergimos, tu contentas-te com as imagens que a tua mente vai construindo e como a nossa mente é perita em nos pregar truques, facilmente cairás na tua própria ratoeira. Eu necessito de mais. Não me basta senti-lo, preciso de o viver. Com todos os acessórios. De uma forma física e real.
És tu a racional? Perfeita antítese..