A miúda vai ter daqui a uma hora o primeiro teste de fogo na faculdade. Exame de anatomia, o Cadeirão do primeiro semestre.
Antes de começar a estudar as expectativas dela estavam elevadíssimas, nada menos do que 18. Entretanto quando começou a estudar a sério baixou a fasquia para 14. À medida que o tempo ia passando ter positiva já seria muito bom.
Hoje a miúda só não quer enlouquecer.
Desalinhado por defeito congénito. Desequilibrado. Organotáxico. Com Fobia extrema a palhaços.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
A minha fiel visita
Tenho um amigo que há vinte anos atrás, perdeu a mãe e na mesma altura a namorada de então terminou a relação que tinha com ele. Não aguentou, teve uma depressão seguida de um esgotamento.
Esse meu amigo vive há vinte anos no passado. Como se o tempo tivesse parado aí. Ouve as músicas que ouvia então, fala das pessoas e dos acontecimentos dessa altura.
Todos os dias vem visitar-me , mais do que uma vez ao meu local de trabalho. As pessoas que trabalham comigo já estão habituadas à sua presença diária.
Faz-me sempre as mesmas perguntas, todas relacionadas com o passado e eu dou-lhe sempre as mesmas respostas. Fica ali cinco ou dez minutos comigo e sai para ir dar uma volta. Mais tarde irá passar novamente pelo meu escritório e voltará a fazer-me novamente as mesmas perguntas.
Recentemente descobri que ele está com um problema oncológico. Soube que está a fazer sessões de quimioterapia. Já tentei aborda-lo em relação ao estado de saúde dele, mas cheguei à conclusão que ele não tem a mínima noção do que se está a passar com ele.
Quando estou de ferias ele passa sempre no meu local de trabalho à minha procura e embora lhe digam que só voltarei daqui a 15 dias, ele no dia a seguir lá está novamente a perguntar por mim.
Existe uma estranha relação entre nós. Quando estamos juntos é como se voltassemos atrás vinte anos no tempo e as nossas conversas giram sempre à volta disso. Não me canso dele, nem de ter de lhe dar sempre as mesmas respostas às mesmas perguntas.
A amizade não tem limites, não tem roupagem, nem nunca se desiste de um amigo.
Esse meu amigo vive há vinte anos no passado. Como se o tempo tivesse parado aí. Ouve as músicas que ouvia então, fala das pessoas e dos acontecimentos dessa altura.
Todos os dias vem visitar-me , mais do que uma vez ao meu local de trabalho. As pessoas que trabalham comigo já estão habituadas à sua presença diária.
Faz-me sempre as mesmas perguntas, todas relacionadas com o passado e eu dou-lhe sempre as mesmas respostas. Fica ali cinco ou dez minutos comigo e sai para ir dar uma volta. Mais tarde irá passar novamente pelo meu escritório e voltará a fazer-me novamente as mesmas perguntas.
Recentemente descobri que ele está com um problema oncológico. Soube que está a fazer sessões de quimioterapia. Já tentei aborda-lo em relação ao estado de saúde dele, mas cheguei à conclusão que ele não tem a mínima noção do que se está a passar com ele.
Quando estou de ferias ele passa sempre no meu local de trabalho à minha procura e embora lhe digam que só voltarei daqui a 15 dias, ele no dia a seguir lá está novamente a perguntar por mim.
Existe uma estranha relação entre nós. Quando estamos juntos é como se voltassemos atrás vinte anos no tempo e as nossas conversas giram sempre à volta disso. Não me canso dele, nem de ter de lhe dar sempre as mesmas respostas às mesmas perguntas.
A amizade não tem limites, não tem roupagem, nem nunca se desiste de um amigo.
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
O miúdo que um dia deixou de o ser
Vou contar a história de um miúdo que eu conheci. Um miúdo que teve uma infância tão feliz, que uma coisa que sempre o atormentou foi o medo de crescer.
Um miúdo que jogava ao berlinde, ao pião, adorava subir às árvores e fazer delas o seu Castelo. Apaixonado pela sua bicicleta maior do que ele, mas que dominava como ninguém.
Não havia nada que ele tivesse medo, exceptuando palhaços. Tinha pavor deles, sem nunca perceber a razão de tal temor.
Inevitavelmente o miúdo foi crescendo, deixando de lado a sua inocência e tornando-se cada vez mais fechado nele mesmo. Foi algo demasiado espontâneo para que ele tivesse sequer noção dessa transformação.
Um dia esse miúdo descobriu com um amigo que existiam umas palhinhas a que chamavam panfletos, que se vendiam num café perto de casa e que continham um pó castanho que se fumava numa prata.
Levados pela curiosidade, lá foram os dois comprar um desses panfletos. Foram para casa de um deles, aquele que já tinha visto alguem fumar esse pó e fizeram-no. Sabia mal e fazia-os vomitar. Apesar disso aquilo tinha qualquer coisa de reconfortante. De repente o miúdo voltou a ser miúdo e os medos que entretanto ele vinha sentido à medida que ia crescendo, desapareceram.
Descobriu ali uma coisa que fazia com que não sentisse e isso dava-lhe uma paz tão intensa que acabara de descobrir a forma de não crescer.
O miúdo ainda não sabia, mas acabara de fumar heroína. Durante algum tempo nada mais tinha interesse. Ele só precisava daquilo para se sentir bem.
Entretanto começaram a aparecer umas dores de manhã, uma ansiedade crescente que só passava quando ele fumava aquele pó mágico. A liberdade que ele sentia com aquilo começou a transformar-se numa prisão. Numa necessidade cada cada vez mais crescente.
O céu começou a desabar sobre ele e a descida ao inferno a começar. Aquilo era tão caro e as desculpas para arranjar dinheiro começavam-Se a esgotar.
Felizmente para ele começou a trabalhar numa empresa que lhe pagava imenso dinheiro. Não precisava de roubar, não precisava de esquemas.
Andou assim mais quatro anos, a viver exclusivamente para poder consumir, a consumir para poder conseguir trabalhar. Aos pais inventava que ia de férias e ia para a barraca de um dealer e passava lá dias a fio a consumir aquela droga que cada vez o consumia mais.
Nos últimos tempos quando injectava uma seringa no braço chorava. Chorava porque queria parar e não conseguia. Já não havia magia naquilo. Apenas degradação física e mental.
Até que um dia e em desespero foi pedir ajuda aos seus pais, que desconheciam o estado em que o filho estava. Sabiam que ele fumava uns charros, bebia uns copos, mas ele estava tão distante deles que não faziam a minima ideia do estado em que o menino deles estava.
Os seus pais disseram-lhe que claro que queriam ajudar, mas não faziam a mínima ideia de como o fazer. A vontade dele parar era tanta, que ele os orientou e lhes disse como o poderiam ajudar. Foi um processo extremamente difícil para todos, de repente era como se estivessem a conhecer pela primeira vez.
Foi a maior manifestação de amor, entrega, confiança e ausência de julgamento que assisti até hoje.
O miúdo há 20 anos que não usa drogas, nem álcool, mas o processo foi complicado ao ponto de ele quase ter voltado a aprender a viver . Lidar com as outras pessoas, voltar a ter auto-estima, deixar de se sentir inseguro e sobretudo aprender a lidar com aquilo que sentia. Algo que ele não precisou durante anos.
Hoje o melhor amigo deste miúdo está a passar por esta merda toda mais uma vez e o miúdo sente uma impotência e uma tristeza enorme porque não consegue que ele tenha vontade de parar.
Um miúdo que jogava ao berlinde, ao pião, adorava subir às árvores e fazer delas o seu Castelo. Apaixonado pela sua bicicleta maior do que ele, mas que dominava como ninguém.
Não havia nada que ele tivesse medo, exceptuando palhaços. Tinha pavor deles, sem nunca perceber a razão de tal temor.
Inevitavelmente o miúdo foi crescendo, deixando de lado a sua inocência e tornando-se cada vez mais fechado nele mesmo. Foi algo demasiado espontâneo para que ele tivesse sequer noção dessa transformação.
Um dia esse miúdo descobriu com um amigo que existiam umas palhinhas a que chamavam panfletos, que se vendiam num café perto de casa e que continham um pó castanho que se fumava numa prata.
Levados pela curiosidade, lá foram os dois comprar um desses panfletos. Foram para casa de um deles, aquele que já tinha visto alguem fumar esse pó e fizeram-no. Sabia mal e fazia-os vomitar. Apesar disso aquilo tinha qualquer coisa de reconfortante. De repente o miúdo voltou a ser miúdo e os medos que entretanto ele vinha sentido à medida que ia crescendo, desapareceram.
Descobriu ali uma coisa que fazia com que não sentisse e isso dava-lhe uma paz tão intensa que acabara de descobrir a forma de não crescer.
O miúdo ainda não sabia, mas acabara de fumar heroína. Durante algum tempo nada mais tinha interesse. Ele só precisava daquilo para se sentir bem.
Entretanto começaram a aparecer umas dores de manhã, uma ansiedade crescente que só passava quando ele fumava aquele pó mágico. A liberdade que ele sentia com aquilo começou a transformar-se numa prisão. Numa necessidade cada cada vez mais crescente.
O céu começou a desabar sobre ele e a descida ao inferno a começar. Aquilo era tão caro e as desculpas para arranjar dinheiro começavam-Se a esgotar.
Felizmente para ele começou a trabalhar numa empresa que lhe pagava imenso dinheiro. Não precisava de roubar, não precisava de esquemas.
Andou assim mais quatro anos, a viver exclusivamente para poder consumir, a consumir para poder conseguir trabalhar. Aos pais inventava que ia de férias e ia para a barraca de um dealer e passava lá dias a fio a consumir aquela droga que cada vez o consumia mais.
Nos últimos tempos quando injectava uma seringa no braço chorava. Chorava porque queria parar e não conseguia. Já não havia magia naquilo. Apenas degradação física e mental.
Até que um dia e em desespero foi pedir ajuda aos seus pais, que desconheciam o estado em que o filho estava. Sabiam que ele fumava uns charros, bebia uns copos, mas ele estava tão distante deles que não faziam a minima ideia do estado em que o menino deles estava.
Os seus pais disseram-lhe que claro que queriam ajudar, mas não faziam a mínima ideia de como o fazer. A vontade dele parar era tanta, que ele os orientou e lhes disse como o poderiam ajudar. Foi um processo extremamente difícil para todos, de repente era como se estivessem a conhecer pela primeira vez.
Foi a maior manifestação de amor, entrega, confiança e ausência de julgamento que assisti até hoje.
O miúdo há 20 anos que não usa drogas, nem álcool, mas o processo foi complicado ao ponto de ele quase ter voltado a aprender a viver . Lidar com as outras pessoas, voltar a ter auto-estima, deixar de se sentir inseguro e sobretudo aprender a lidar com aquilo que sentia. Algo que ele não precisou durante anos.
Hoje o melhor amigo deste miúdo está a passar por esta merda toda mais uma vez e o miúdo sente uma impotência e uma tristeza enorme porque não consegue que ele tenha vontade de parar.
Strange things in my Life.
Por vezes tenho a estranha sensação de que alguém me vigia 24 horas por dia. Condiciona-me imenso este pensamento recorrente. Especialmente quando estou na casa de banho.
Para vos dar um exemplo, um dia destes dei comigo a imaginar se estas supostas pessoas são fisicas ou imaginárias. O que poderá fazer toda a diferença. Sendo físicas serão mulheres, ou homens ao estilo dos tipos da CIA? Se forem imaginárias, serão almas de pessoas do meu passado, ou meros espectros?
O que me deixa mais intrigado é a minha presunção em assumir que a minha vida é assim tão interessante para que alguém perca tempo a escrutina-la.
Não bebo, não uso drogas de tipo algum, portanto não sei se não seria boa ideia apostar em terapia.
Por outro lado, sentir que não estou sozinho também chega a ser reconfortante, nunca se sabe quando poderei precisar de ajuda para trocar um pneu.
Para vos dar um exemplo, um dia destes dei comigo a imaginar se estas supostas pessoas são fisicas ou imaginárias. O que poderá fazer toda a diferença. Sendo físicas serão mulheres, ou homens ao estilo dos tipos da CIA? Se forem imaginárias, serão almas de pessoas do meu passado, ou meros espectros?
O que me deixa mais intrigado é a minha presunção em assumir que a minha vida é assim tão interessante para que alguém perca tempo a escrutina-la.
Não bebo, não uso drogas de tipo algum, portanto não sei se não seria boa ideia apostar em terapia.
Por outro lado, sentir que não estou sozinho também chega a ser reconfortante, nunca se sabe quando poderei precisar de ajuda para trocar um pneu.
domingo, 6 de novembro de 2016
Devolve-me as costas e leva daqui a escápula
Namorar com uma miúda que está a tirar Medicina começa a ficar cada vez mais estranho. Existem hábitos que de normais, passaram a ter contornos surreais.
Um destes dias a miúda pediu-me para lhe fazer uma massagem, como tantas vezes acontece. Normalmente ela deita-se, eu vou buscar um creme hidratante e massajo-lhe as costas. Um pouco mais acima, agora um pouco mais abaixo...
Nesta última vez que me pediu uma massagem eu comecei a massajar-lhe as costas como habitual. Quando começo ela diz-me:
- Massaja-me aí na escápula .
- Onde? pergunto eu.
- Na margem medial da escápula.
- Isso fica onde, pergunto eu desorientado.
- Aí, junto à fossa Subescapular, por cima da face costal.
- É aqui?
- Não, aí onde tens as mãos é a cavidade glenoidal que fica por cima do colo da escápula. é do outro lado que me dói.
Tento mais uma vez dar com o local da zona dorida:
- É aqui?
- Não, isso aí é a incísura da escápula, junto ao ângulo Superior.
De repente quebrou-se toda a magia da massagem. Em vez de conseguir visualizar as costas de pele suave da miúda, só me vinha à cabeça que estava a massajar um modelo de esqueleto em tamanho real.
Um destes dias a miúda pediu-me para lhe fazer uma massagem, como tantas vezes acontece. Normalmente ela deita-se, eu vou buscar um creme hidratante e massajo-lhe as costas. Um pouco mais acima, agora um pouco mais abaixo...
Nesta última vez que me pediu uma massagem eu comecei a massajar-lhe as costas como habitual. Quando começo ela diz-me:
- Massaja-me aí na escápula .
- Onde? pergunto eu.
- Na margem medial da escápula.
- Isso fica onde, pergunto eu desorientado.
- Aí, junto à fossa Subescapular, por cima da face costal.
- É aqui?
- Não, aí onde tens as mãos é a cavidade glenoidal que fica por cima do colo da escápula. é do outro lado que me dói.
Tento mais uma vez dar com o local da zona dorida:
- É aqui?
- Não, isso aí é a incísura da escápula, junto ao ângulo Superior.
De repente quebrou-se toda a magia da massagem. Em vez de conseguir visualizar as costas de pele suave da miúda, só me vinha à cabeça que estava a massajar um modelo de esqueleto em tamanho real.
sábado, 5 de novembro de 2016
Sejam bem vindos
Tomei a decisão de não responder aos comentários feitos aos meus textos, porque eles são o que são. Não me faz sentido deturpá-los dando continuidade aquilo que foi escrito.
Se escrevo que estou cansado e explico os motivos de tal cansaço, nada mais tenho a acrescentar. Se partilho que estou em estado de graça porque ao meu lado naquele momento tenho as pessoas que mais amo, que mais dizer?
Escrevo de uma forma quase automática, sem filtros e sem editar. só assim me parece coerente com o propósito pelo qual criei o blogue. Não se trata de arrogância, apenas de uma decisão de não mexer em algo que para mim está da forma que serve o meu propósito.
Tenho consciência das minhas limitações literárias enquanto narrador dos meus textos; mas tal como para mim o mais importante é fazer desporto e não competir, o mesmo se aplica à minha necessidade de colocar em texto aquilo que estou a sentir no momento.
Deixo em aberto e sem restrições o desejo de quem quer que seja comentar aquilo que escrevo. Seja porque se identificam com algo, ou porque fariam de maneira diferente, ou mesmo porque não concordem com algo daquilo que estão a ler.
O meu Blogue é Democrático, porque escrevo aquilo que quero e deixo que os outros comentem aquilo que lhes apeteça.
Este espaço é demasiado pessoal para que se converta noutra coisa qualquer. É o meu Diário, o meu cofre, o meu reflexo e essencialmente o meu Sacrário.
Todos são bem vindos, vestidos, despidos, com opinião, sem nada para dizer, os doces, os amargos, os crentes e os que em nada acreditam. Este espaço é meu e de que mais o quiser.
Se escrevo que estou cansado e explico os motivos de tal cansaço, nada mais tenho a acrescentar. Se partilho que estou em estado de graça porque ao meu lado naquele momento tenho as pessoas que mais amo, que mais dizer?
Escrevo de uma forma quase automática, sem filtros e sem editar. só assim me parece coerente com o propósito pelo qual criei o blogue. Não se trata de arrogância, apenas de uma decisão de não mexer em algo que para mim está da forma que serve o meu propósito.
Tenho consciência das minhas limitações literárias enquanto narrador dos meus textos; mas tal como para mim o mais importante é fazer desporto e não competir, o mesmo se aplica à minha necessidade de colocar em texto aquilo que estou a sentir no momento.
Deixo em aberto e sem restrições o desejo de quem quer que seja comentar aquilo que escrevo. Seja porque se identificam com algo, ou porque fariam de maneira diferente, ou mesmo porque não concordem com algo daquilo que estão a ler.
O meu Blogue é Democrático, porque escrevo aquilo que quero e deixo que os outros comentem aquilo que lhes apeteça.
Este espaço é demasiado pessoal para que se converta noutra coisa qualquer. É o meu Diário, o meu cofre, o meu reflexo e essencialmente o meu Sacrário.
Todos são bem vindos, vestidos, despidos, com opinião, sem nada para dizer, os doces, os amargos, os crentes e os que em nada acreditam. Este espaço é meu e de que mais o quiser.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Facebook vs Alfred
Já vos ocorreu que o Facebook seja uma espécie de Alfred Thaddeus Crane Pennyworth , o mordomo e tutor do bilionário Bruce Wayne, mais conhecido como Batman?
Todas as manhãs quando visito a minha página ela pergunta-me: Em que estás a pensar? Tal como Alfred funciona como psicológo e conselheiro de Wayne, o Facebook fá-lo comigo.
Também me relembra que há 4 anos neste dia iniciei amizade com o Zé Antunes e sugere-me memórias de coisas que partilhei há um ano atrás. É por isso também uma espécie de secretário e agenda que me relembra diariamente de factos ocorridos no passado e de eventos que acontecerão no Presente e no Futuro.
Alfred cuidava de Bruce Wayne com este profissionalismo quase carinhoso. De quem relembra um filho das coisas importantes da vida. Não esquecendo que da mesma forma o Facebook me alerta das pessoas que gostam das minhas fotos e das minhas músicas, funcionando assim como uma espécie de triagem das pessoas realmente importantes.
Se alguém for mal educado, ele certifica-se de o bloquear, protegendo-me mais uma vez dos vilões.
Batman estava tão ocupado a combater o crime, que obviamente não tinha tempo para se lembrar de datas de aniversários, dos eventos em que tinha de estar presente, nem da quantidade de coisas importantes que iam acontecendo diariamente na vida dos seus amigos. Era portanto Alfred quem lhe fazia essa gestão.
Obrigado Facebook por seres o meu Alfred e me fazeres sentir um Justiceiro do bem que luta contra o mal.
Todas as manhãs quando visito a minha página ela pergunta-me: Em que estás a pensar? Tal como Alfred funciona como psicológo e conselheiro de Wayne, o Facebook fá-lo comigo.
Também me relembra que há 4 anos neste dia iniciei amizade com o Zé Antunes e sugere-me memórias de coisas que partilhei há um ano atrás. É por isso também uma espécie de secretário e agenda que me relembra diariamente de factos ocorridos no passado e de eventos que acontecerão no Presente e no Futuro.
Alfred cuidava de Bruce Wayne com este profissionalismo quase carinhoso. De quem relembra um filho das coisas importantes da vida. Não esquecendo que da mesma forma o Facebook me alerta das pessoas que gostam das minhas fotos e das minhas músicas, funcionando assim como uma espécie de triagem das pessoas realmente importantes.
Se alguém for mal educado, ele certifica-se de o bloquear, protegendo-me mais uma vez dos vilões.
Batman estava tão ocupado a combater o crime, que obviamente não tinha tempo para se lembrar de datas de aniversários, dos eventos em que tinha de estar presente, nem da quantidade de coisas importantes que iam acontecendo diariamente na vida dos seus amigos. Era portanto Alfred quem lhe fazia essa gestão.
Obrigado Facebook por seres o meu Alfred e me fazeres sentir um Justiceiro do bem que luta contra o mal.
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
O cansaço também é permitido às Quintas feiras
Decidi que hoje me irei permitir a sentir cansado. Reservo-me a esse direito sem qualquer problema de consciência.
Trabalho das 09:00 horas às 18.00 horas, com dois fins de semana por mês apenas de folga.
Tenho de lidar com a minha ex-mulher, que neste momento anda obcecada com piolhos. Já gastou três frascos de produtos diferentes para matar os supostos piolhos que o Kukas tem e que eu teimo em não os conseguir ver. Tenho receio que o puto ande a ficar intoxicado com tanto produto anti-piolhos. Já me informou que no fim de semana lhe vai cortar o cabelo rente.
Sinto-me cansado por ter tomado a decisão de deixar de fumar e não conseguir dormir de noite devido à ansiedade que sinto da privação dos cigarros.
Sinto-me cansado por ter de andar a correr depois de sair do trabalho para ir buscar o Kukas ao Colégio, ter tempo para ele, fazer o jantar, dar um jeito à casa, limpar o cocó das gatas e entregar o miúdo à mãe nos dias em que não fica comigo.
Sinto-me cansado porque estou a fazer um tratamento a um problema de saúde que me acompanha há muitos anos e que me quebra um pouco. Além de que ultimamente também ando com tonturas e fui medicado com uns comprimidos que aparentemente não fazem efeito.
Sinto-me cansado porque um dos meus melhores amigos está com graves problemas e eu comprometi-me com ele a tirar três noites por semana para o ajudar.
Sinto-me cansado porque também assumi um compromisso quinzenal com uma Comunidade que distribui comida e roupa pelos sem abrigo de Lisboa, que me ocupa duas noites de Domingo mensais onde a miséria que vejo e com que lido me deixa abatido e frustrado .
Além do cansaço, sinto um peso enorme sobre os meus ombros, peso esse que ainda me deixa mais cansado.
Hoje sinto-me cansado, mas também com a consciência de que nada faria diferente.
Trabalho das 09:00 horas às 18.00 horas, com dois fins de semana por mês apenas de folga.
Tenho de lidar com a minha ex-mulher, que neste momento anda obcecada com piolhos. Já gastou três frascos de produtos diferentes para matar os supostos piolhos que o Kukas tem e que eu teimo em não os conseguir ver. Tenho receio que o puto ande a ficar intoxicado com tanto produto anti-piolhos. Já me informou que no fim de semana lhe vai cortar o cabelo rente.
Sinto-me cansado por ter tomado a decisão de deixar de fumar e não conseguir dormir de noite devido à ansiedade que sinto da privação dos cigarros.
Sinto-me cansado por ter de andar a correr depois de sair do trabalho para ir buscar o Kukas ao Colégio, ter tempo para ele, fazer o jantar, dar um jeito à casa, limpar o cocó das gatas e entregar o miúdo à mãe nos dias em que não fica comigo.
Sinto-me cansado porque estou a fazer um tratamento a um problema de saúde que me acompanha há muitos anos e que me quebra um pouco. Além de que ultimamente também ando com tonturas e fui medicado com uns comprimidos que aparentemente não fazem efeito.
Sinto-me cansado porque um dos meus melhores amigos está com graves problemas e eu comprometi-me com ele a tirar três noites por semana para o ajudar.
Sinto-me cansado porque também assumi um compromisso quinzenal com uma Comunidade que distribui comida e roupa pelos sem abrigo de Lisboa, que me ocupa duas noites de Domingo mensais onde a miséria que vejo e com que lido me deixa abatido e frustrado .
Além do cansaço, sinto um peso enorme sobre os meus ombros, peso esse que ainda me deixa mais cansado.
Hoje sinto-me cansado, mas também com a consciência de que nada faria diferente.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Porto de abrigo
Hoje acordei com uma vontade imensa de aqui estar, neste pedaço de Paraíso. Respirar o ar que só aqui se respira, sentir os cheiros que aqui abundam. Acordei nostálgico, sem vontade de estar em qualquer outro lugar senão aqui. Existem dias em que lugar nenhum nos pertence, mas em que existe um pedaço do Mundo onde nos podemos refugiar porque lá nos sentimos protegidos. Hoje este é o meu porto de abrigo. https://youtu.be/pybqjwf8w8s
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Memorias revisitadas
Hoje enquanto percorria o caminho pedonal da zona ribeiririnha lembrei-me de um filme que vi no saudoso Cinema King. " As minhas noites são mais belas que os vossos dias" de Andrej Zulaswski.
Resumindo o filme retrata um génio informático com uma rara doença que lhe vai apagando a memória. Ele conhece uma mulher e passam alguns dias e algumas noites juntos. Não direi mais sobre o filme, para que a curiosidade vos leve a procurá-lo.
Lembrei-me dele porque durante o meu passeio, revisitei vários sítios que me trazem muitas memorias. Um banco de jardim onde aconteceu um primeiro beijo. Uma cerca onde um dia duas pessoas se abraçaram de uma forma tão intensa e sentida. Uma porta vermelha no velho cais onde um dia descansei quando tanto precisava de descansar. Um caminho onde dávamos longos passeios e conversávamos sobre assuntos que nos apaixonavam e nos aproximavam.
Recordei-me deste filme porque as minhas memórias são como um tesouro que quero guardar para sempre. Até aquelas que não foram tão boas, mas que fizeram parte de segmentos da minha vida em que me provocaram mudanças. Por vezes é tão difícil mudar, sair da zona de conforto e arriscar em algo incerto, mas que nos pode trazer um bem maior.
Confesso que me assusta perder todas estas memórias. Despertam-me sentidos, entrelaçam-se em mim como os braços de alguém muito importante nas nossas vidas, que não vimos há muito tempo e que nos vem visitar dando-nos o mais forte dos Abraços
Hoje tive acesso a todas estas memórias e esta manhã foi de certeza mais bela do que as vossas..
Resumindo o filme retrata um génio informático com uma rara doença que lhe vai apagando a memória. Ele conhece uma mulher e passam alguns dias e algumas noites juntos. Não direi mais sobre o filme, para que a curiosidade vos leve a procurá-lo.
Lembrei-me dele porque durante o meu passeio, revisitei vários sítios que me trazem muitas memorias. Um banco de jardim onde aconteceu um primeiro beijo. Uma cerca onde um dia duas pessoas se abraçaram de uma forma tão intensa e sentida. Uma porta vermelha no velho cais onde um dia descansei quando tanto precisava de descansar. Um caminho onde dávamos longos passeios e conversávamos sobre assuntos que nos apaixonavam e nos aproximavam.
Recordei-me deste filme porque as minhas memórias são como um tesouro que quero guardar para sempre. Até aquelas que não foram tão boas, mas que fizeram parte de segmentos da minha vida em que me provocaram mudanças. Por vezes é tão difícil mudar, sair da zona de conforto e arriscar em algo incerto, mas que nos pode trazer um bem maior.
Confesso que me assusta perder todas estas memórias. Despertam-me sentidos, entrelaçam-se em mim como os braços de alguém muito importante nas nossas vidas, que não vimos há muito tempo e que nos vem visitar dando-nos o mais forte dos Abraços
Hoje tive acesso a todas estas memórias e esta manhã foi de certeza mais bela do que as vossas..
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