Nada me faz mais sentido do que a noção de que a realidade é imutável e estática.
Carrego em mim 46 anos de experiências, vivências, quedas, resiliência, adversidades, emoções, enganos e desenganos, cansaço, descobertas, felicidade, paixões, amores e desamores, embriaguez e lucidez..
Sou um entre muitos. Alguém que já se cruzou e transformou as estórias de tantos. Que já fui condicionado e que sofreu algum tipo de mutação pelo toque de alguém.
Tantas vezes cai e tantas me levantei.
Dias houve em que provei veneno e sempre sobrevivi, mas as marcas ficaram cá.
Nos últimos meses tenho vindo a fazer uma retrospectiva do que tem sido o meu percurso.
Há algo que não se apaga. As mazelas que as más escolhas me deixaram.
Há algo que também não se esgota. A minha coragem em não deixar de arriscar.
Somos os somatório de tudo aquilo que vamos acrescentado diariamente às nossas vidas.
Detesto o rancor, mas não consigo deixar de sentir mágoa.
Tenho a necessidade crónica e utópica de me verem como uma pessoa boa. É estúpido precisar tanto da aceitação dos outros, quando em bom rigor poucos valorizam e se lembram de tudo o que de bom já receberam de alguém.
Cada vez mais tenho a percepção de que sou uma pessoa de causas. Que luto muito mais por elas, do que muitos que as publicitam, mas cujas palavras, não passam de retórica oca e estéril.
Valorizar-me tem sido uma das minhas demandas. Perante mim, em silêncio, mas convicto de que sou muitas vezes diferente e melhor. Pode parecer falta de modéstia, no entanto em bom rigor estou a ser finalmente moralmente honesto. Sou de facto bastante melhor do que muitos que já se cruzaram algures no Tempo comigo.
A minha auto-estima é sólida e construída com bases reais.
Há coisas que me continuam a assustar. As minudências que tal acendalhas, inflamam relações, convicções, certezas...
Tenho medo de Pessoas. De algumas Pessoas.
Não do mal que me possam causar, mas da facilidade com que o fazem. Do desprezo que sentem em relação aquilo que os seus actos podem causar.
Gostaria de ver a Lei de Murphy invertida. Que as coisas boas se transformem em coisas ainda melhores. É por isso que eu luto. É nisso que continuo a acreditar.
Não confiar desconfiando, mas confiar estando mais atento.
É muito fácil alguém destruir aquilo que construímos. Estar vigilante, protege a nossa casa. A nossa Felicidade e aqueles que nos ajudam a construí-la.
Neste momento tenho tudo aquilo que necessito. Vou lutar para que ninguém o destrua. Vou-me proteger a mim e aqueles que eu amo, dos que não têm qualquer pejo em destruir tudo o que de mais belo alguém conquistou e se esforça por manter e cuidar.
Desalinhado por defeito congénito. Desequilibrado. Organotáxico. Com Fobia extrema a palhaços.
quarta-feira, 4 de março de 2020
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
Pinguim vs Cuco
Os pinguins são aves que acasalam para toda a vida. Existe
uma clara divisão de tarefas entre macho e fêmea. Quando o ovo eclode,
revezam-se na busca por alimento. Protegem a cria, até ela conseguir nadar e
procurar alimento sozinha.
Os Cucos são aves parasitas. Ocupam os ninhos de outras
aves, deixando que as mesmas choquem os ovos das suas crias e que as alimentem.
Os filhotes do cuco também já apresentam
um estratagema de sobrevivência traiçoeiro, aparentemente gravado
geneticamente, pois, segundo David Attenborough, logo ao saírem dos ovos,
empurram para fora do ninho os recém-nascidos autênticos de uma ninhada, tomando-lhes
o lugar.
Descendes claramente de uma linhagem de Pinguins. Assimilaste os seus valores e as suas características.
És resiliente, possuis um espirito
altruísta e não passas por cima de ninguém. Foste protegida e amada e é esse
Amor que irá transformar a tua dor em esperança . És mais forte do que aquilo
que julgas ser. Corres Maratonas, passas por provações, tens noção dos teus
limites e quando necessário tens a inteligência de pedir ajuda.
Tens vivido dias negros, mas não estás só. Não terás nunca
de te sentir sozinha. Vives nesse quadrado, nessa tua zona de conforto que
gradualmente irás alargar até que abraces o Mundo inteiro sem que tenhas medo.
Não tenhas pressa, estás no ritmo certo. Foste gerada e criada
com muito Amor e esse Amor é a tua ferramenta mais sagrada.
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Forever and ever..
Esta semana tenho-me dedicado a ver comédias românticas.
A estrutura é muito semelhante em todas. Podemos dividir os filmes em 3 partes.
Na primeira boy meets girl, girl meets boy e existe uma atração entre ambos. Nesta primeira parte há uma diferença entre alguns dos filmes. Nuns, a atração é imediata, noutros no início existe um conflito entre as personagens, que acaba sempre por desaparecer quando percebem que gostam um do outro.
Na segunda parte eles separam-se. As razões são diversas. Ou porque alguém boicota a relação deles, ou porque não sabem lidar com aquilo que sentem. Ou porque um deles faz porcaria e magoa o outro...
Chegamos à Terceira e última parte. O final feliz, porque todos têm isso em comum. As personagens no fim ficam sempre juntas.
Transcrever isto para a vida real é mais complicado.. Conhecemos a miúda, criamos um laço, mas nem sempre temos paciência para esperar pela última parte. É difícil sustentar uma relação. É muito complicado esperar pelo terceiro capítulo. Desistimos porque não acreditamos. Desistimos porque não temos paciência para nos descobrirmos. Nos filmes é tudo tão fácil e na realidade somos uns descrentes. Perdemos a coragem de lutar. De dar o benefício da dúvida.
Andy Warhol dizia que a arte imita a vida. Estes filmes talvez sejam uma forma de corrigir aquilo em que nós falhamos. Tenho falhado imenso. O mais grave é que raramente aprendo com os erros.
Dou por mim e é tarde de mais, já não é possível reescrever o guião.
Tenho-me apercebido o quanto consigo magoar outras pessoas e que por teimosia ou falta de visão não me apercebo na altura.
Sonho com o dia em que seja uma personagem real de uma destas comédias românticas e que no final fique para sempre com a miúda...
Soundtrack
Na segunda parte eles separam-se. As razões são diversas. Ou porque alguém boicota a relação deles, ou porque não sabem lidar com aquilo que sentem. Ou porque um deles faz porcaria e magoa o outro...
Chegamos à Terceira e última parte. O final feliz, porque todos têm isso em comum. As personagens no fim ficam sempre juntas.
Transcrever isto para a vida real é mais complicado.. Conhecemos a miúda, criamos um laço, mas nem sempre temos paciência para esperar pela última parte. É difícil sustentar uma relação. É muito complicado esperar pelo terceiro capítulo. Desistimos porque não acreditamos. Desistimos porque não temos paciência para nos descobrirmos. Nos filmes é tudo tão fácil e na realidade somos uns descrentes. Perdemos a coragem de lutar. De dar o benefício da dúvida.
Andy Warhol dizia que a arte imita a vida. Estes filmes talvez sejam uma forma de corrigir aquilo em que nós falhamos. Tenho falhado imenso. O mais grave é que raramente aprendo com os erros.
Dou por mim e é tarde de mais, já não é possível reescrever o guião.
Tenho-me apercebido o quanto consigo magoar outras pessoas e que por teimosia ou falta de visão não me apercebo na altura.
Sonho com o dia em que seja uma personagem real de uma destas comédias românticas e que no final fique para sempre com a miúda...
Soundtrack
terça-feira, 23 de julho de 2019
As semelhanças entre as diferenças.
Ela era reservada, tinha a necessidade crónica de sentir controlo, organizada. Sentia medo, trocava as emoções pela razão. Dona de várias capas e máscaras, não saia de casa sem elas. Abominava a sua fragilidade, buscava incessantemente ser independente. Não fazia uma escalada sem usar uma corda de proteção. Procurava a beleza, mas não parava para a contemplar. Criava o seu Mundo perfeito, mas vivia numa outra dimensão.
Ambos estavam presos numa solidão corrosiva. partilhavam o mesmo sonho, mas não corriam atrás dele.
Nunca perceberam que aquilo que os uniu, foram as suas diferenças e não aquilo que tinham em comum. Nunca compreenderam que precisavam daquilo que cada um deles tinha para oferecer ao outro. Que o que não tinham em comum seria o que os poderia salvar, equilibrando-os.
Como em todas as boas estórias, existiam fantasmas e demónios. Eles tinham um poder imensurável, o de afastar esses fantasmas e esses demónios um do outro. Não tiveram tempo de chegar lá. Não o perceberam. Desistiram sem o saberem.
Viveram sempre a um metro de distância um do outro. Os abraços nunca foram reais. Quando andavam de mão dada, não se apercebiam que as suas mãos não se tocavam.
Ele estava em pedaços, ela estava estilhaçada. Nenhum deles tinha essa noção.
Ele parou de fugir dele e agora foge dela. Ela fugiu dele e agora ele espera que esteja a fugir para ela.
Run to you
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Ainda só vais a meio.
Sinto que finalmente começo a preencher vazios.
Esta semana consegui finalmente encerrar um capítulo que me atormentava e que me trazia maus momentos.
Foi com imensa dificuldade que o fiz, mas enterrar este peso, fez com que finalmente conseguisse começar a fazer o meu luto.
Estou cada vez mais focado em mim e isso tem-me trazido resultados bastante positivos.
Na semana passada , fechei-me em casa sozinho e lidei com a minha Solidão constante.
Esta semana comecei a fazer caminhadas no final do dia. Tenho tido óptimos momentos. Há tanto tempo que não sentia esta serenidade, esta tranquilidade de chegar a casa sozinho e sentir aquele espaço como zona de conforto, como um Porto de abrigo.
Por vezes somos demasiado definitivos, demasiado trágicos. Há bem pouco tempo, a núvem negra que pairava sobre mim, não me permitia acreditar que dias de Sol viriam.
Estamos sempre à espera de um milagre e a maior parte das vezes o segredo está em nós.
Não houve nenhuma varinha mágica que me transformasse os dias negros e vazios, em dias de esperança e de mudança.
Pedi ajuda, porque tive consciência de que sozinho não estava a ser capaz e baixei os braços e deixei que me dessem a mão neste percurso que me estava a levar à loucura.
Comecei a mudar alguns hábitos, a deixar de estar com algumas pessoas, a gostar mais de mim e daqueles que me são verdadeiramente importantes e começo finalmente a ter momentos de paz, a sorrir e a ser cada vez mais uma melhor pessoa.
Percebi que preciso de tão pouco para ter momentos de felicidade.
Já sei qual o caminho a seguir, é longo e por vezes será sinuoso, mas vou-me esforçar para não me desviar e não desistir a meio.
Ninguém me pode salvar a não ser eu próprio e esse é o meu plano a longo prazo. Com ajuda, porque como alguém disse um dia: - Nenhum Homem é uma ilha.
Esta semana consegui finalmente encerrar um capítulo que me atormentava e que me trazia maus momentos.
Foi com imensa dificuldade que o fiz, mas enterrar este peso, fez com que finalmente conseguisse começar a fazer o meu luto.
Estou cada vez mais focado em mim e isso tem-me trazido resultados bastante positivos.
Na semana passada , fechei-me em casa sozinho e lidei com a minha Solidão constante.
Esta semana comecei a fazer caminhadas no final do dia. Tenho tido óptimos momentos. Há tanto tempo que não sentia esta serenidade, esta tranquilidade de chegar a casa sozinho e sentir aquele espaço como zona de conforto, como um Porto de abrigo.
Por vezes somos demasiado definitivos, demasiado trágicos. Há bem pouco tempo, a núvem negra que pairava sobre mim, não me permitia acreditar que dias de Sol viriam.
Estamos sempre à espera de um milagre e a maior parte das vezes o segredo está em nós.
Não houve nenhuma varinha mágica que me transformasse os dias negros e vazios, em dias de esperança e de mudança.
Pedi ajuda, porque tive consciência de que sozinho não estava a ser capaz e baixei os braços e deixei que me dessem a mão neste percurso que me estava a levar à loucura.
Comecei a mudar alguns hábitos, a deixar de estar com algumas pessoas, a gostar mais de mim e daqueles que me são verdadeiramente importantes e começo finalmente a ter momentos de paz, a sorrir e a ser cada vez mais uma melhor pessoa.
Percebi que preciso de tão pouco para ter momentos de felicidade.
Já sei qual o caminho a seguir, é longo e por vezes será sinuoso, mas vou-me esforçar para não me desviar e não desistir a meio.
Ninguém me pode salvar a não ser eu próprio e esse é o meu plano a longo prazo. Com ajuda, porque como alguém disse um dia: - Nenhum Homem é uma ilha.
sábado, 22 de junho de 2019
O meu pequeno coração.
É tão complicado fazer um adulto feliz e tão fácil satisfazer uma criança. Dedicar tempo ao meu filho, faz-me sair da minha concha negra e obscura.
Quando penso que estou sem forças, olho para ele e tudo aquilo que me assombra deixa de fazer sentido.
Invejo-o.. Contenta-se com tão pouco.
Estamos no jardim, temos conversas profundas acerca da velocidade que um baloiço pode atingir. Eu sugiro uns 10km/h. Ele contrapõe e acha que pode atingir 200.. Se o Pai Natal existe, porque não pode um baloiço atingir 200 km/h?
Chegaram entretanto uns meninos com uma bola e ele está a jogar com eles. Enquanto escrevo vou olhando para ele, porque ele quer a minha aprovação e que eu sinta orgulho quando consegue fazer uma finta ao adversário.
É estranho como neste momento sinto que necessito mais dele, do que ele de mim. No fundo necessitamos um do outro em medidas iguais.
Vê-lo crescer tem sido o melhor presente que já me foi oferecido e é uma prenda diária.
Hoje consigo sentir gratidão. Tenho-me sentido tão seco e vazio, que sentir algo tão bom faz-me acreditar que afinal a minha caixa de ferramentas não está vazia.
Esta paz que estou a sentir é uma dádiva que tenho de valorizar.
O meu coração tem andado avariado, mas afinal tenho outro que bate por dois.
Hoje sinto-me completo. Neste momento não queria estar noutro lugar, nem com outra companhia. Tenho aqui o meu coração pequenino a bombear sangue por ele e por mim.
Quando penso que estou sem forças, olho para ele e tudo aquilo que me assombra deixa de fazer sentido.
Invejo-o.. Contenta-se com tão pouco.
Estamos no jardim, temos conversas profundas acerca da velocidade que um baloiço pode atingir. Eu sugiro uns 10km/h. Ele contrapõe e acha que pode atingir 200.. Se o Pai Natal existe, porque não pode um baloiço atingir 200 km/h?
Chegaram entretanto uns meninos com uma bola e ele está a jogar com eles. Enquanto escrevo vou olhando para ele, porque ele quer a minha aprovação e que eu sinta orgulho quando consegue fazer uma finta ao adversário.
É estranho como neste momento sinto que necessito mais dele, do que ele de mim. No fundo necessitamos um do outro em medidas iguais.
Vê-lo crescer tem sido o melhor presente que já me foi oferecido e é uma prenda diária.
Hoje consigo sentir gratidão. Tenho-me sentido tão seco e vazio, que sentir algo tão bom faz-me acreditar que afinal a minha caixa de ferramentas não está vazia.
Esta paz que estou a sentir é uma dádiva que tenho de valorizar.
O meu coração tem andado avariado, mas afinal tenho outro que bate por dois.
Hoje sinto-me completo. Neste momento não queria estar noutro lugar, nem com outra companhia. Tenho aqui o meu coração pequenino a bombear sangue por ele e por mim.
domingo, 16 de junho de 2019
2019 o ano da minha morte..
Ontem percebi que o ano de 2019 foi o ano da minha morte.
Que do Passado não quero guardar memórias, que no Futuro não existirei e que o Presente me começa a rasgar.
Ontem senti que já não sei lidar com metáforas, que me esqueci de todos os adjectivos e que começo a ser um Pleonasmo constante.
Funciono a corda e o mecanismo está a chegar ao fim.
Ontem não consegui chorar. Estou seco. Já não sinto a leveza dos entardeceres. Não me deslumbro com a luz que Lua cheia emana.
Sinto-me submerso em águas negras e não sentir medo significa que me resignei.
Ontem ouvi e não fui ouvido. Fui escrutinado sem direito a defesa.
Amarrado, amordaçado e injustiçado.
Não me assusta a morte nem sequer a vida. Tenho pavor da descrença, da maldade e da ingratidão.
Ontem dei uma queda enorme no meio de tantas pessoas. Ninguém me ajudou a levantar, porque neste momento sou invisível.
Também se morre de solidão, de vazio, de não pertencer.
Ontem não senti calor, nem frio. O meu termostáto avariou e com ele todos os meus sentidos.
Ando há tempos a largar pequenas migalhas como se de uma pista se tratasse. O vento leva-as, desaparecem e eu vou desaparecendo lentamente.
Ontem fui aquilo que nunca havia sido. Aquilo que nunca fui. O que nunca serei.
Já sai do Limbo e encontro-me neste momento no purgatório. Consciente.
Não foi o cansaço que me derrotou. Fui eu quem escolheu.
Ontem, quando percebi que este tinha sido o ano da minha morte, pela primeira vez percebi que o Tempo não nos gasta, somos nós quem desperdiça o Tempo.
nothing reaaly ends
Que do Passado não quero guardar memórias, que no Futuro não existirei e que o Presente me começa a rasgar.
Ontem senti que já não sei lidar com metáforas, que me esqueci de todos os adjectivos e que começo a ser um Pleonasmo constante.
Funciono a corda e o mecanismo está a chegar ao fim.
Ontem não consegui chorar. Estou seco. Já não sinto a leveza dos entardeceres. Não me deslumbro com a luz que Lua cheia emana.
Sinto-me submerso em águas negras e não sentir medo significa que me resignei.
Ontem ouvi e não fui ouvido. Fui escrutinado sem direito a defesa.
Amarrado, amordaçado e injustiçado.
Não me assusta a morte nem sequer a vida. Tenho pavor da descrença, da maldade e da ingratidão.
Ontem dei uma queda enorme no meio de tantas pessoas. Ninguém me ajudou a levantar, porque neste momento sou invisível.
Também se morre de solidão, de vazio, de não pertencer.
Ontem não senti calor, nem frio. O meu termostáto avariou e com ele todos os meus sentidos.
Ando há tempos a largar pequenas migalhas como se de uma pista se tratasse. O vento leva-as, desaparecem e eu vou desaparecendo lentamente.
Ontem fui aquilo que nunca havia sido. Aquilo que nunca fui. O que nunca serei.
Já sai do Limbo e encontro-me neste momento no purgatório. Consciente.
Não foi o cansaço que me derrotou. Fui eu quem escolheu.
Ontem, quando percebi que este tinha sido o ano da minha morte, pela primeira vez percebi que o Tempo não nos gasta, somos nós quem desperdiça o Tempo.
nothing reaaly ends
sábado, 8 de junho de 2019
Conta-me um segredo (2)
Entre o deve e o haver.
Poderíamos conjugar verbos indefinidamente. Sorver adjectivos compulsivamente.
Teríamos tempo. Bastante tempo.
Conseguiríamos abdicar das analogias.
Entre a Fé e a descrença.
Andaríamos de mãos dadas. Sempre com a Esperança de que o Passado não nos dividisse.
Seríamos um. Seríamos apenas os dois.
Entraríamos por qualquer porta livres de medo.
Entre a vida e a morte.
Escolheríamos sempre prolongar o Tempo. Acrescentar-lhe aço.
Iríamos para onde a brisa límpida das manhãs de Primavera nos levasse.
Sorriríamos porque é de sorrisos que nos alimentamos.
Entre o veneno e o antídoto.
Deixaríamos tudo aquilo que é tóxico. Não nos iríamos nunca render ao acessório.
Vestiríamos a farda de soldados disciplinados. Leais e destemidos.
Entre tudo aquilo que é nada.
Empunharíamos as nossas espadas, forjadas na lava de um vulcão. Indestrutíveis.
Combateríamos gigantes disfarçados de anões e no final não nos renderíamos.
Entre ficar e partir existe o verbo parar. Depois e apenas depois vem o verbo decidir.
It´s all here
Poderíamos conjugar verbos indefinidamente. Sorver adjectivos compulsivamente.
Teríamos tempo. Bastante tempo.
Conseguiríamos abdicar das analogias.
Entre a Fé e a descrença.
Andaríamos de mãos dadas. Sempre com a Esperança de que o Passado não nos dividisse.
Seríamos um. Seríamos apenas os dois.
Entraríamos por qualquer porta livres de medo.
Entre a vida e a morte.
Escolheríamos sempre prolongar o Tempo. Acrescentar-lhe aço.
Iríamos para onde a brisa límpida das manhãs de Primavera nos levasse.
Sorriríamos porque é de sorrisos que nos alimentamos.
Entre o veneno e o antídoto.
Deixaríamos tudo aquilo que é tóxico. Não nos iríamos nunca render ao acessório.
Vestiríamos a farda de soldados disciplinados. Leais e destemidos.
Entre tudo aquilo que é nada.
Empunharíamos as nossas espadas, forjadas na lava de um vulcão. Indestrutíveis.
Combateríamos gigantes disfarçados de anões e no final não nos renderíamos.
Entre ficar e partir existe o verbo parar. Depois e apenas depois vem o verbo decidir.
It´s all here
quarta-feira, 27 de março de 2019
Um ano do caralho
Faz um ano em que estivemos juntos pela primeira vez. Desde a nossa primeira noite nada mais foi igual na minha vida.
A nossa cumplicidade e o nosso Amor têm-me proporcionado momentos repletos de felicidade.
Somos tão diferentes, mas ao mesmo tempo Almas Gémeas. Enquanto uns lançam magia, nós lançamos o pânico.
Nunca mais nos separámos e as nossas viagens têm sido incríveis. Divertimo-nos de uma forma tão única. Somos casados, amantes, irmãos, amigos. Somos sempre aquilo que os outros esperam que sejamos, mas no fundo somos algo que só nós sabemos.
Dizemos imensas asneiras, vamos a Festas de crianças, mesmo quando as minis não são Sagres e temos de fazer o sacrificio de beber Super Bock. Vais-me buscar à cama do jardineiro, quando me engano no quarto e me deito ao lado dele.
Tem sido uma aventura fantástica.
Obrigado por fazeres parte da minha vida.
A nossa cumplicidade e o nosso Amor têm-me proporcionado momentos repletos de felicidade.
Somos tão diferentes, mas ao mesmo tempo Almas Gémeas. Enquanto uns lançam magia, nós lançamos o pânico.
Nunca mais nos separámos e as nossas viagens têm sido incríveis. Divertimo-nos de uma forma tão única. Somos casados, amantes, irmãos, amigos. Somos sempre aquilo que os outros esperam que sejamos, mas no fundo somos algo que só nós sabemos.
Dizemos imensas asneiras, vamos a Festas de crianças, mesmo quando as minis não são Sagres e temos de fazer o sacrificio de beber Super Bock. Vais-me buscar à cama do jardineiro, quando me engano no quarto e me deito ao lado dele.
Tem sido uma aventura fantástica.
Obrigado por fazeres parte da minha vida.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
O ano de 2018 revisto muito resumidamente (maldita preguiça)
Há muito que não escrevo. Não me tem apetecido. Pura preguiça.
Tenho recebido alguns e-mails onde me perguntam se está tudo bem comigo e qual a razão pela qual não tenho escrito.
Tendo já respondido a uma das questões, irei de seguida responder à outra.
Estou óptimo, feliz e sobretudo em paz.
Faz precisamente um ano em que tudo mudou.
Em Janeiro de 2018 senti a minha Vida desmoronar-se literalmente.Se hoje mais do que Fé, tenho certezas, há um ano senti-me mergulhado em areias movediças. Sem retorno. Sem perpectivas de haver uma corda à qual me agarrar.
Durante a minha existência já tive de recomeçar algumas vezes. Fazer reset e manter a cabeça à tona, mesmo com pedras atadas às minhas pernas.
Passei por uma fase de uma tristeza sombria e gelada, depois de descrença, de raiva e confesso que amaldiçoei o Universo por ser tão filho da Puta.
Na noite de 06 de Março de 2018 foi quando tudo começou a mudar e alguém me atirou uma corda onde me agarrar.
Sozinho não teria sido capaz de sair dalí. Uma simples mensagem enviada em completo desespero, foi sem eu na altura ter noção o meu salto de Fé.
Alguém me puxou e até ao dia de hoje não mais saiu da minha vida.
A partir daquele dia nada mais foi igual.
Não sabia eu ainda que uns meses mais tarde seria eu a atirar uma bóia de salvação a essa Pessoa.
Não é que o filho da puta do Universo tem uma noção de equilíbrio e de Justiça único?!
O ano de 2018 acabou por ser um dos piores anos das nossas vidas, mas também um dos melhores.
O teu fardo foi bem maior do que o meu; mas tenho a certeza que a minha presença acabou por aliviar um pouco o peso que tiveste de carregar.
Este ano vamos comemorar o dia 6 de Março com um piquenique no Central Park. Não vejo melhor forma de reavivar esta data tão importante.
A segunda metade de 2018 foi fantástica. Fiz a viagem da minha vida. Marcou-me imenso (fisicamente também; ainda tenho as marcas das rochas do Malecon na minha pele). Conheci lugares mágicos, pessoas fantásticas, que confiavam cegamente em nós para as levarmos para aqueles sítios nada turísticos e ficavam deslumbradas pela nossa conexão.
Acrescentei outras Pessoas cujo carinho tanto me enche.
Fiz o meu luto e estou com alguém que me faz tanto sentido.
2018 acabou por ser o meu ano. Evoluí tanto. Estou agora rodeado de boas energias.
Aprendi também que nem sempre se deve desculpar. Existem pessoas tóxicas que nos fazem mal e a quem não devemos dar a outra face. Isto tem o nome de sobrevivência.
Não esquecer o bem que nos fazem, mas também não olvidar o mal que nos causam.
Fazendo uma retrospectiva lúcida, os erros que cometi prejudicaram-me sobretudo a mim. Investi tudo numa relação e esqueci-me de que sou eu a base do meu equilíbrio.
O mais curioso é que quando essa relação terminou, foi-me dada a oportunidade de olhar para dentro e fazer as coisas de forma diferente. Claro que não o percebi logo.
Sustentar o nosso bem estar através de alguém, não só é um erro crasso, como confere uma enorme responsabilidade à outra pessoa. É uma forma de egoísmo (no meu caso) inconsciente, que provoca mazelas e que desgasta.
Podemos dar tudo, não temos é o direito de pensar que a outra pessoa fica obrigada contratualmente a corresponder às nossas expectativas. Especialmente quando nada nos exigem.
Por outro lado também me senti muito magoado com algums atitudes. Fui acusado de coisas horríveis injustamente, quando apesar das minhas lacunas, existem barreiras que eu não transponho. Felizmente tive alguém do meu lado que presenciou in loco essas injustiças e que sabia que não passavam disso; de graves injustiças.
Tenho também de falar da gratidão que sinto pelos amigos que já tinha e que sempre estiveram disponíveis para mim, apesar de muitas vezes eu me afastar; e pelos novos que ganhei durante o ano de 2018, que me encheram e enchem de carinho e me provocam sorrisos constantes.
Para o final deixei a pessoa mais importante, aquele que me ama de uma forma incondicional e que me proporciona momentos únicos de felicidade. O meu Filho.
Está a crescer tão bem, as pessoas que me rodeiam sentem tanto carinho por ele que por vezes me emociono pela forma como se relacionam com ele.
Foi-lhe agora diagnosticada dislexia, algo que eu e a mãe dele já suspeitávamos. Tem tido algumas dificuldades na Escola devido a este problema e temos trabalhado imenso com ele, para tentar minimizar o desconforto e a dificuldade que ele sente.
É uma criança tão meiga e com um sentido de adaptação que me enche de orgulho.
Um bom 2019 para todos e que eu consiga trilhar o meu percurso este ano da mesma forma como terminei 2018.
Abandonado para poder ser resgatado
Tenho recebido alguns e-mails onde me perguntam se está tudo bem comigo e qual a razão pela qual não tenho escrito.
Tendo já respondido a uma das questões, irei de seguida responder à outra.
Estou óptimo, feliz e sobretudo em paz.
Faz precisamente um ano em que tudo mudou.
Em Janeiro de 2018 senti a minha Vida desmoronar-se literalmente.Se hoje mais do que Fé, tenho certezas, há um ano senti-me mergulhado em areias movediças. Sem retorno. Sem perpectivas de haver uma corda à qual me agarrar.
Durante a minha existência já tive de recomeçar algumas vezes. Fazer reset e manter a cabeça à tona, mesmo com pedras atadas às minhas pernas.
Passei por uma fase de uma tristeza sombria e gelada, depois de descrença, de raiva e confesso que amaldiçoei o Universo por ser tão filho da Puta.
Na noite de 06 de Março de 2018 foi quando tudo começou a mudar e alguém me atirou uma corda onde me agarrar.
Sozinho não teria sido capaz de sair dalí. Uma simples mensagem enviada em completo desespero, foi sem eu na altura ter noção o meu salto de Fé.
Alguém me puxou e até ao dia de hoje não mais saiu da minha vida.
A partir daquele dia nada mais foi igual.
Não sabia eu ainda que uns meses mais tarde seria eu a atirar uma bóia de salvação a essa Pessoa.
Não é que o filho da puta do Universo tem uma noção de equilíbrio e de Justiça único?!
O ano de 2018 acabou por ser um dos piores anos das nossas vidas, mas também um dos melhores.
O teu fardo foi bem maior do que o meu; mas tenho a certeza que a minha presença acabou por aliviar um pouco o peso que tiveste de carregar.
Este ano vamos comemorar o dia 6 de Março com um piquenique no Central Park. Não vejo melhor forma de reavivar esta data tão importante.
A segunda metade de 2018 foi fantástica. Fiz a viagem da minha vida. Marcou-me imenso (fisicamente também; ainda tenho as marcas das rochas do Malecon na minha pele). Conheci lugares mágicos, pessoas fantásticas, que confiavam cegamente em nós para as levarmos para aqueles sítios nada turísticos e ficavam deslumbradas pela nossa conexão.
Acrescentei outras Pessoas cujo carinho tanto me enche.
Fiz o meu luto e estou com alguém que me faz tanto sentido.
2018 acabou por ser o meu ano. Evoluí tanto. Estou agora rodeado de boas energias.
Aprendi também que nem sempre se deve desculpar. Existem pessoas tóxicas que nos fazem mal e a quem não devemos dar a outra face. Isto tem o nome de sobrevivência.
Não esquecer o bem que nos fazem, mas também não olvidar o mal que nos causam.
Fazendo uma retrospectiva lúcida, os erros que cometi prejudicaram-me sobretudo a mim. Investi tudo numa relação e esqueci-me de que sou eu a base do meu equilíbrio.
O mais curioso é que quando essa relação terminou, foi-me dada a oportunidade de olhar para dentro e fazer as coisas de forma diferente. Claro que não o percebi logo.
Sustentar o nosso bem estar através de alguém, não só é um erro crasso, como confere uma enorme responsabilidade à outra pessoa. É uma forma de egoísmo (no meu caso) inconsciente, que provoca mazelas e que desgasta.
Podemos dar tudo, não temos é o direito de pensar que a outra pessoa fica obrigada contratualmente a corresponder às nossas expectativas. Especialmente quando nada nos exigem.
Por outro lado também me senti muito magoado com algums atitudes. Fui acusado de coisas horríveis injustamente, quando apesar das minhas lacunas, existem barreiras que eu não transponho. Felizmente tive alguém do meu lado que presenciou in loco essas injustiças e que sabia que não passavam disso; de graves injustiças.
Tenho também de falar da gratidão que sinto pelos amigos que já tinha e que sempre estiveram disponíveis para mim, apesar de muitas vezes eu me afastar; e pelos novos que ganhei durante o ano de 2018, que me encheram e enchem de carinho e me provocam sorrisos constantes.
Para o final deixei a pessoa mais importante, aquele que me ama de uma forma incondicional e que me proporciona momentos únicos de felicidade. O meu Filho.
Está a crescer tão bem, as pessoas que me rodeiam sentem tanto carinho por ele que por vezes me emociono pela forma como se relacionam com ele.
Foi-lhe agora diagnosticada dislexia, algo que eu e a mãe dele já suspeitávamos. Tem tido algumas dificuldades na Escola devido a este problema e temos trabalhado imenso com ele, para tentar minimizar o desconforto e a dificuldade que ele sente.
É uma criança tão meiga e com um sentido de adaptação que me enche de orgulho.
Um bom 2019 para todos e que eu consiga trilhar o meu percurso este ano da mesma forma como terminei 2018.
Abandonado para poder ser resgatado
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