Quando te conheci em Novembro, nunca poderia imaginar aquilo que hoje temos.
Possivelmente graças à tua formação Académica, temos vindo a construir uma relação com bases bastante sólidas, uma estrutura resistente e ao mesmo tempo de uma beleza estonteante.
O ano de 2019 foi péssimo para ambos. por razões diferentes. Pior para ti obviamente.
Ao contrário de ti, que não estava nas tuas mãos a avalanche que se abateu sobre a tua vida, eu só me posso culpar a mim de algumas escolhas que fiz, de algumas acções que tomei, de algumas pessoas de quem me rodeei. Ao longo da minha vida, tenho sido o meu pior inimigo. Sou o grande responsável pelas piores coisas que me têm acontecido.
Antes de te conhecer, já estava num processo de reabilitação há alguns meses. Vieste acrescentar-me mais ferramentas para me ajudar neste reset que fiz à minha vida e à forma como a levava.
Como bem sabes, fiz coisas das quais não me orgulho e que me trouxeram depois bastante dor e sofrimento.
Confiei em pessoas sem escrúpulos que não sendo culpadas pelos meus actos, me fizeram também elas bastante mal.
Sei que ao mostrar-te a pessoa que eu era, que isso te mostrou um lado de mim bastante negro e assustador.
Conheces o pior e o melhor de mim. Ainda assim ficaste do meu lado e confiaste que eu já não era a pessoa insana que fiz questão de te "mostrar".
Dei-te a conhecer um "Mundo" negro que felizmente nunca conheceste pessoalmente.
Penso que o segredo do nosso sucesso tem muito a ver com essa honestidade e partilha.
Creio que te conheci na altura certa. Já me sentia mais fortalecido, já tinha deixado para trás situações e pessoas tóxicas.
Se alguma vez comecei algo do zero, foi agora, contigo.
Neste pouco tempo em que estamos juntos, já fizemos tantas coisas. Algumas que foram para ti uma estreia.
Falta uma que tivemos de cancelar, devido à situação que o Mundo está a viver, mas que eu tenho a certeza que também fará parte da nossa check list.
Puseste-me a correr de novo (literalmente). Deste-me a conhecer todo o tipo de sementes e a cozinhar tofu e seitan. A acordar com a cama cheia de bagas de goji, que não te recordas de estar a comer às 2 da manhã. A enviar-te fotos de uma travessa de cozido à Portuguesa que me estava a saber pela vida.
Damos os melhores abraços do Mundo.
Nestes cinco meses nunca houve um arrufo, uma discussão,um mal estar entre nós. Mesmo neste momento em que todos andamos mais frágeis, assustados e sensíveis, conseguimos ter o nosso espaço, o nosso refúgio onde damos força um ao outro e conseguimos afastar o peso que todos carregamos devido a esta pandemia.
Rimos, choramos, partilhamos o nosso dia a dia, sempre com a certeza de que podemos contar um com o outro de uma forma incondicional.
Contigo tudo é mais fácil.
Sinto muito por neste momento teres de abdicar de coisas bastante importantes para ti. Sei como está a ser muito difícil. Também me dás imenso conforto, pela falta que sinto de estar com o meu filho.
Temos vivido um dia de cada vez. Tem sido fantástico partilhar estes dias contigo. Mesmo à distância, estamos sempre presentes.
Daqui a pouco iremos estar juntos e isso dá-me um quentinho enorme.
Obrigado por fazeres parte da minha vida e por confiares em mim. Tudo farei para não te desiludir.
A nossa banda Sonora
Desalinhado por defeito congénito. Desequilibrado. Organotáxico. Com Fobia extrema a palhaços.
quarta-feira, 1 de abril de 2020
sexta-feira, 27 de março de 2020
Amor em tempo de Pandemia.
Eis que de repente somos todos obrigados a parar. As nossas vidas tal como as conhecíamos sofrem uma mutação para a qual nenhum de nós estava preparado.
Alteramos drasticamente modos de vida, formas de pensar, maneiras de agir.
Somos acometidos de novos medos, incertezas.
Descobrimos o verdadeiro significado de coisas normalmente camufladas.
Acredito que no meio de todo este caos, nos transformamos todos em pessoas melhores. Quero muito acreditar nisso.
Percebemos que existe uma Lei da reversibilidade.
O medo e o desespero combate-se com Amor e Gratidão.
Amor por aqueles que não podemos abraçar por um bem comum. Gratidão pelos que ficam isolados e pelos que não podem ficar.
Nunca a palavra Saudade foi tão pronunciada. Nunca a Saudade foi tão sentida.
Alteramos drasticamente modos de vida, formas de pensar, maneiras de agir.
Somos acometidos de novos medos, incertezas.
Descobrimos o verdadeiro significado de coisas normalmente camufladas.
Acredito que no meio de todo este caos, nos transformamos todos em pessoas melhores. Quero muito acreditar nisso.
Percebemos que existe uma Lei da reversibilidade.
O medo e o desespero combate-se com Amor e Gratidão.
Amor por aqueles que não podemos abraçar por um bem comum. Gratidão pelos que ficam isolados e pelos que não podem ficar.
Nunca a palavra Saudade foi tão pronunciada. Nunca a Saudade foi tão sentida.
Agora todos temos mais tempo. Para nós, para aqueles que amamos e para aqueles que passaram pelas nossas vidas e que mesmo à distância desejamos que se encontrem bem.
Talvez seja uma altura de fazermos um reset. Estender a mão aos mais assustados, aos mais necessitados, aos mais frágilizados.
Sinto imenso aa falta do calor do meu filho. As minhas noites sozinho em casa ferem-me. Sei que não abraçar o meu filho neste momento, não dar um beijo aos meus Pais, são gestos de amor. Até o Amor por vezes exige sacrifícios.
Optei por trabalhar todos os dias até que a situação melhore. Já que não posso ficar em isolamento, é uma forma de me sentir útil e lidar com a solidão que já me basta nas noites em que passo sozinho na minha casa.
Quando tudo isto passar, vou dar muitos abraços. Nunca um abraço teve tanto valor.
O Planeta enviou-nos uma mensagem, vamos tirar partido dela e alterar alguns conceitos acerca de humanismo, partilha, gratidão e valores Morais.
Podemos não ficar todos bem, mas vamos cada um de nós sermos melhores. Only Love will remain
quarta-feira, 4 de março de 2020
A certeza da vulnerabilidade.
Nada me faz mais sentido do que a noção de que a realidade é imutável e estática.
Carrego em mim 46 anos de experiências, vivências, quedas, resiliência, adversidades, emoções, enganos e desenganos, cansaço, descobertas, felicidade, paixões, amores e desamores, embriaguez e lucidez..
Sou um entre muitos. Alguém que já se cruzou e transformou as estórias de tantos. Que já fui condicionado e que sofreu algum tipo de mutação pelo toque de alguém.
Tantas vezes cai e tantas me levantei.
Dias houve em que provei veneno e sempre sobrevivi, mas as marcas ficaram cá.
Nos últimos meses tenho vindo a fazer uma retrospectiva do que tem sido o meu percurso.
Há algo que não se apaga. As mazelas que as más escolhas me deixaram.
Há algo que também não se esgota. A minha coragem em não deixar de arriscar.
Somos os somatório de tudo aquilo que vamos acrescentado diariamente às nossas vidas.
Detesto o rancor, mas não consigo deixar de sentir mágoa.
Tenho a necessidade crónica e utópica de me verem como uma pessoa boa. É estúpido precisar tanto da aceitação dos outros, quando em bom rigor poucos valorizam e se lembram de tudo o que de bom já receberam de alguém.
Cada vez mais tenho a percepção de que sou uma pessoa de causas. Que luto muito mais por elas, do que muitos que as publicitam, mas cujas palavras, não passam de retórica oca e estéril.
Valorizar-me tem sido uma das minhas demandas. Perante mim, em silêncio, mas convicto de que sou muitas vezes diferente e melhor. Pode parecer falta de modéstia, no entanto em bom rigor estou a ser finalmente moralmente honesto. Sou de facto bastante melhor do que muitos que já se cruzaram algures no Tempo comigo.
A minha auto-estima é sólida e construída com bases reais.
Há coisas que me continuam a assustar. As minudências que tal acendalhas, inflamam relações, convicções, certezas...
Tenho medo de Pessoas. De algumas Pessoas.
Não do mal que me possam causar, mas da facilidade com que o fazem. Do desprezo que sentem em relação aquilo que os seus actos podem causar.
Gostaria de ver a Lei de Murphy invertida. Que as coisas boas se transformem em coisas ainda melhores. É por isso que eu luto. É nisso que continuo a acreditar.
Não confiar desconfiando, mas confiar estando mais atento.
É muito fácil alguém destruir aquilo que construímos. Estar vigilante, protege a nossa casa. A nossa Felicidade e aqueles que nos ajudam a construí-la.
Neste momento tenho tudo aquilo que necessito. Vou lutar para que ninguém o destrua. Vou-me proteger a mim e aqueles que eu amo, dos que não têm qualquer pejo em destruir tudo o que de mais belo alguém conquistou e se esforça por manter e cuidar.
Carrego em mim 46 anos de experiências, vivências, quedas, resiliência, adversidades, emoções, enganos e desenganos, cansaço, descobertas, felicidade, paixões, amores e desamores, embriaguez e lucidez..
Sou um entre muitos. Alguém que já se cruzou e transformou as estórias de tantos. Que já fui condicionado e que sofreu algum tipo de mutação pelo toque de alguém.
Tantas vezes cai e tantas me levantei.
Dias houve em que provei veneno e sempre sobrevivi, mas as marcas ficaram cá.
Nos últimos meses tenho vindo a fazer uma retrospectiva do que tem sido o meu percurso.
Há algo que não se apaga. As mazelas que as más escolhas me deixaram.
Há algo que também não se esgota. A minha coragem em não deixar de arriscar.
Somos os somatório de tudo aquilo que vamos acrescentado diariamente às nossas vidas.
Detesto o rancor, mas não consigo deixar de sentir mágoa.
Tenho a necessidade crónica e utópica de me verem como uma pessoa boa. É estúpido precisar tanto da aceitação dos outros, quando em bom rigor poucos valorizam e se lembram de tudo o que de bom já receberam de alguém.
Cada vez mais tenho a percepção de que sou uma pessoa de causas. Que luto muito mais por elas, do que muitos que as publicitam, mas cujas palavras, não passam de retórica oca e estéril.
Valorizar-me tem sido uma das minhas demandas. Perante mim, em silêncio, mas convicto de que sou muitas vezes diferente e melhor. Pode parecer falta de modéstia, no entanto em bom rigor estou a ser finalmente moralmente honesto. Sou de facto bastante melhor do que muitos que já se cruzaram algures no Tempo comigo.
A minha auto-estima é sólida e construída com bases reais.
Há coisas que me continuam a assustar. As minudências que tal acendalhas, inflamam relações, convicções, certezas...
Tenho medo de Pessoas. De algumas Pessoas.
Não do mal que me possam causar, mas da facilidade com que o fazem. Do desprezo que sentem em relação aquilo que os seus actos podem causar.
Gostaria de ver a Lei de Murphy invertida. Que as coisas boas se transformem em coisas ainda melhores. É por isso que eu luto. É nisso que continuo a acreditar.
Não confiar desconfiando, mas confiar estando mais atento.
É muito fácil alguém destruir aquilo que construímos. Estar vigilante, protege a nossa casa. A nossa Felicidade e aqueles que nos ajudam a construí-la.
Neste momento tenho tudo aquilo que necessito. Vou lutar para que ninguém o destrua. Vou-me proteger a mim e aqueles que eu amo, dos que não têm qualquer pejo em destruir tudo o que de mais belo alguém conquistou e se esforça por manter e cuidar.
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
Pinguim vs Cuco
Os pinguins são aves que acasalam para toda a vida. Existe
uma clara divisão de tarefas entre macho e fêmea. Quando o ovo eclode,
revezam-se na busca por alimento. Protegem a cria, até ela conseguir nadar e
procurar alimento sozinha.
Os Cucos são aves parasitas. Ocupam os ninhos de outras
aves, deixando que as mesmas choquem os ovos das suas crias e que as alimentem.
Os filhotes do cuco também já apresentam
um estratagema de sobrevivência traiçoeiro, aparentemente gravado
geneticamente, pois, segundo David Attenborough, logo ao saírem dos ovos,
empurram para fora do ninho os recém-nascidos autênticos de uma ninhada, tomando-lhes
o lugar.
Descendes claramente de uma linhagem de Pinguins. Assimilaste os seus valores e as suas características.
És resiliente, possuis um espirito
altruísta e não passas por cima de ninguém. Foste protegida e amada e é esse
Amor que irá transformar a tua dor em esperança . És mais forte do que aquilo
que julgas ser. Corres Maratonas, passas por provações, tens noção dos teus
limites e quando necessário tens a inteligência de pedir ajuda.
Tens vivido dias negros, mas não estás só. Não terás nunca
de te sentir sozinha. Vives nesse quadrado, nessa tua zona de conforto que
gradualmente irás alargar até que abraces o Mundo inteiro sem que tenhas medo.
Não tenhas pressa, estás no ritmo certo. Foste gerada e criada
com muito Amor e esse Amor é a tua ferramenta mais sagrada.
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Forever and ever..
Esta semana tenho-me dedicado a ver comédias românticas.
A estrutura é muito semelhante em todas. Podemos dividir os filmes em 3 partes.
Na primeira boy meets girl, girl meets boy e existe uma atração entre ambos. Nesta primeira parte há uma diferença entre alguns dos filmes. Nuns, a atração é imediata, noutros no início existe um conflito entre as personagens, que acaba sempre por desaparecer quando percebem que gostam um do outro.
Na segunda parte eles separam-se. As razões são diversas. Ou porque alguém boicota a relação deles, ou porque não sabem lidar com aquilo que sentem. Ou porque um deles faz porcaria e magoa o outro...
Chegamos à Terceira e última parte. O final feliz, porque todos têm isso em comum. As personagens no fim ficam sempre juntas.
Transcrever isto para a vida real é mais complicado.. Conhecemos a miúda, criamos um laço, mas nem sempre temos paciência para esperar pela última parte. É difícil sustentar uma relação. É muito complicado esperar pelo terceiro capítulo. Desistimos porque não acreditamos. Desistimos porque não temos paciência para nos descobrirmos. Nos filmes é tudo tão fácil e na realidade somos uns descrentes. Perdemos a coragem de lutar. De dar o benefício da dúvida.
Andy Warhol dizia que a arte imita a vida. Estes filmes talvez sejam uma forma de corrigir aquilo em que nós falhamos. Tenho falhado imenso. O mais grave é que raramente aprendo com os erros.
Dou por mim e é tarde de mais, já não é possível reescrever o guião.
Tenho-me apercebido o quanto consigo magoar outras pessoas e que por teimosia ou falta de visão não me apercebo na altura.
Sonho com o dia em que seja uma personagem real de uma destas comédias românticas e que no final fique para sempre com a miúda...
Soundtrack
Na segunda parte eles separam-se. As razões são diversas. Ou porque alguém boicota a relação deles, ou porque não sabem lidar com aquilo que sentem. Ou porque um deles faz porcaria e magoa o outro...
Chegamos à Terceira e última parte. O final feliz, porque todos têm isso em comum. As personagens no fim ficam sempre juntas.
Transcrever isto para a vida real é mais complicado.. Conhecemos a miúda, criamos um laço, mas nem sempre temos paciência para esperar pela última parte. É difícil sustentar uma relação. É muito complicado esperar pelo terceiro capítulo. Desistimos porque não acreditamos. Desistimos porque não temos paciência para nos descobrirmos. Nos filmes é tudo tão fácil e na realidade somos uns descrentes. Perdemos a coragem de lutar. De dar o benefício da dúvida.
Andy Warhol dizia que a arte imita a vida. Estes filmes talvez sejam uma forma de corrigir aquilo em que nós falhamos. Tenho falhado imenso. O mais grave é que raramente aprendo com os erros.
Dou por mim e é tarde de mais, já não é possível reescrever o guião.
Tenho-me apercebido o quanto consigo magoar outras pessoas e que por teimosia ou falta de visão não me apercebo na altura.
Sonho com o dia em que seja uma personagem real de uma destas comédias românticas e que no final fique para sempre com a miúda...
Soundtrack
terça-feira, 23 de julho de 2019
As semelhanças entre as diferenças.
Ela era reservada, tinha a necessidade crónica de sentir controlo, organizada. Sentia medo, trocava as emoções pela razão. Dona de várias capas e máscaras, não saia de casa sem elas. Abominava a sua fragilidade, buscava incessantemente ser independente. Não fazia uma escalada sem usar uma corda de proteção. Procurava a beleza, mas não parava para a contemplar. Criava o seu Mundo perfeito, mas vivia numa outra dimensão.
Ambos estavam presos numa solidão corrosiva. partilhavam o mesmo sonho, mas não corriam atrás dele.
Nunca perceberam que aquilo que os uniu, foram as suas diferenças e não aquilo que tinham em comum. Nunca compreenderam que precisavam daquilo que cada um deles tinha para oferecer ao outro. Que o que não tinham em comum seria o que os poderia salvar, equilibrando-os.
Como em todas as boas estórias, existiam fantasmas e demónios. Eles tinham um poder imensurável, o de afastar esses fantasmas e esses demónios um do outro. Não tiveram tempo de chegar lá. Não o perceberam. Desistiram sem o saberem.
Viveram sempre a um metro de distância um do outro. Os abraços nunca foram reais. Quando andavam de mão dada, não se apercebiam que as suas mãos não se tocavam.
Ele estava em pedaços, ela estava estilhaçada. Nenhum deles tinha essa noção.
Ele parou de fugir dele e agora foge dela. Ela fugiu dele e agora ele espera que esteja a fugir para ela.
Run to you
quarta-feira, 17 de julho de 2019
Ainda só vais a meio.
Sinto que finalmente começo a preencher vazios.
Esta semana consegui finalmente encerrar um capítulo que me atormentava e que me trazia maus momentos.
Foi com imensa dificuldade que o fiz, mas enterrar este peso, fez com que finalmente conseguisse começar a fazer o meu luto.
Estou cada vez mais focado em mim e isso tem-me trazido resultados bastante positivos.
Na semana passada , fechei-me em casa sozinho e lidei com a minha Solidão constante.
Esta semana comecei a fazer caminhadas no final do dia. Tenho tido óptimos momentos. Há tanto tempo que não sentia esta serenidade, esta tranquilidade de chegar a casa sozinho e sentir aquele espaço como zona de conforto, como um Porto de abrigo.
Por vezes somos demasiado definitivos, demasiado trágicos. Há bem pouco tempo, a núvem negra que pairava sobre mim, não me permitia acreditar que dias de Sol viriam.
Estamos sempre à espera de um milagre e a maior parte das vezes o segredo está em nós.
Não houve nenhuma varinha mágica que me transformasse os dias negros e vazios, em dias de esperança e de mudança.
Pedi ajuda, porque tive consciência de que sozinho não estava a ser capaz e baixei os braços e deixei que me dessem a mão neste percurso que me estava a levar à loucura.
Comecei a mudar alguns hábitos, a deixar de estar com algumas pessoas, a gostar mais de mim e daqueles que me são verdadeiramente importantes e começo finalmente a ter momentos de paz, a sorrir e a ser cada vez mais uma melhor pessoa.
Percebi que preciso de tão pouco para ter momentos de felicidade.
Já sei qual o caminho a seguir, é longo e por vezes será sinuoso, mas vou-me esforçar para não me desviar e não desistir a meio.
Ninguém me pode salvar a não ser eu próprio e esse é o meu plano a longo prazo. Com ajuda, porque como alguém disse um dia: - Nenhum Homem é uma ilha.
Esta semana consegui finalmente encerrar um capítulo que me atormentava e que me trazia maus momentos.
Foi com imensa dificuldade que o fiz, mas enterrar este peso, fez com que finalmente conseguisse começar a fazer o meu luto.
Estou cada vez mais focado em mim e isso tem-me trazido resultados bastante positivos.
Na semana passada , fechei-me em casa sozinho e lidei com a minha Solidão constante.
Esta semana comecei a fazer caminhadas no final do dia. Tenho tido óptimos momentos. Há tanto tempo que não sentia esta serenidade, esta tranquilidade de chegar a casa sozinho e sentir aquele espaço como zona de conforto, como um Porto de abrigo.
Por vezes somos demasiado definitivos, demasiado trágicos. Há bem pouco tempo, a núvem negra que pairava sobre mim, não me permitia acreditar que dias de Sol viriam.
Estamos sempre à espera de um milagre e a maior parte das vezes o segredo está em nós.
Não houve nenhuma varinha mágica que me transformasse os dias negros e vazios, em dias de esperança e de mudança.
Pedi ajuda, porque tive consciência de que sozinho não estava a ser capaz e baixei os braços e deixei que me dessem a mão neste percurso que me estava a levar à loucura.
Comecei a mudar alguns hábitos, a deixar de estar com algumas pessoas, a gostar mais de mim e daqueles que me são verdadeiramente importantes e começo finalmente a ter momentos de paz, a sorrir e a ser cada vez mais uma melhor pessoa.
Percebi que preciso de tão pouco para ter momentos de felicidade.
Já sei qual o caminho a seguir, é longo e por vezes será sinuoso, mas vou-me esforçar para não me desviar e não desistir a meio.
Ninguém me pode salvar a não ser eu próprio e esse é o meu plano a longo prazo. Com ajuda, porque como alguém disse um dia: - Nenhum Homem é uma ilha.
sábado, 22 de junho de 2019
O meu pequeno coração.
É tão complicado fazer um adulto feliz e tão fácil satisfazer uma criança. Dedicar tempo ao meu filho, faz-me sair da minha concha negra e obscura.
Quando penso que estou sem forças, olho para ele e tudo aquilo que me assombra deixa de fazer sentido.
Invejo-o.. Contenta-se com tão pouco.
Estamos no jardim, temos conversas profundas acerca da velocidade que um baloiço pode atingir. Eu sugiro uns 10km/h. Ele contrapõe e acha que pode atingir 200.. Se o Pai Natal existe, porque não pode um baloiço atingir 200 km/h?
Chegaram entretanto uns meninos com uma bola e ele está a jogar com eles. Enquanto escrevo vou olhando para ele, porque ele quer a minha aprovação e que eu sinta orgulho quando consegue fazer uma finta ao adversário.
É estranho como neste momento sinto que necessito mais dele, do que ele de mim. No fundo necessitamos um do outro em medidas iguais.
Vê-lo crescer tem sido o melhor presente que já me foi oferecido e é uma prenda diária.
Hoje consigo sentir gratidão. Tenho-me sentido tão seco e vazio, que sentir algo tão bom faz-me acreditar que afinal a minha caixa de ferramentas não está vazia.
Esta paz que estou a sentir é uma dádiva que tenho de valorizar.
O meu coração tem andado avariado, mas afinal tenho outro que bate por dois.
Hoje sinto-me completo. Neste momento não queria estar noutro lugar, nem com outra companhia. Tenho aqui o meu coração pequenino a bombear sangue por ele e por mim.
Quando penso que estou sem forças, olho para ele e tudo aquilo que me assombra deixa de fazer sentido.
Invejo-o.. Contenta-se com tão pouco.
Estamos no jardim, temos conversas profundas acerca da velocidade que um baloiço pode atingir. Eu sugiro uns 10km/h. Ele contrapõe e acha que pode atingir 200.. Se o Pai Natal existe, porque não pode um baloiço atingir 200 km/h?
Chegaram entretanto uns meninos com uma bola e ele está a jogar com eles. Enquanto escrevo vou olhando para ele, porque ele quer a minha aprovação e que eu sinta orgulho quando consegue fazer uma finta ao adversário.
É estranho como neste momento sinto que necessito mais dele, do que ele de mim. No fundo necessitamos um do outro em medidas iguais.
Vê-lo crescer tem sido o melhor presente que já me foi oferecido e é uma prenda diária.
Hoje consigo sentir gratidão. Tenho-me sentido tão seco e vazio, que sentir algo tão bom faz-me acreditar que afinal a minha caixa de ferramentas não está vazia.
Esta paz que estou a sentir é uma dádiva que tenho de valorizar.
O meu coração tem andado avariado, mas afinal tenho outro que bate por dois.
Hoje sinto-me completo. Neste momento não queria estar noutro lugar, nem com outra companhia. Tenho aqui o meu coração pequenino a bombear sangue por ele e por mim.
domingo, 16 de junho de 2019
2019 o ano da minha morte..
Ontem percebi que o ano de 2019 foi o ano da minha morte.
Que do Passado não quero guardar memórias, que no Futuro não existirei e que o Presente me começa a rasgar.
Ontem senti que já não sei lidar com metáforas, que me esqueci de todos os adjectivos e que começo a ser um Pleonasmo constante.
Funciono a corda e o mecanismo está a chegar ao fim.
Ontem não consegui chorar. Estou seco. Já não sinto a leveza dos entardeceres. Não me deslumbro com a luz que Lua cheia emana.
Sinto-me submerso em águas negras e não sentir medo significa que me resignei.
Ontem ouvi e não fui ouvido. Fui escrutinado sem direito a defesa.
Amarrado, amordaçado e injustiçado.
Não me assusta a morte nem sequer a vida. Tenho pavor da descrença, da maldade e da ingratidão.
Ontem dei uma queda enorme no meio de tantas pessoas. Ninguém me ajudou a levantar, porque neste momento sou invisível.
Também se morre de solidão, de vazio, de não pertencer.
Ontem não senti calor, nem frio. O meu termostáto avariou e com ele todos os meus sentidos.
Ando há tempos a largar pequenas migalhas como se de uma pista se tratasse. O vento leva-as, desaparecem e eu vou desaparecendo lentamente.
Ontem fui aquilo que nunca havia sido. Aquilo que nunca fui. O que nunca serei.
Já sai do Limbo e encontro-me neste momento no purgatório. Consciente.
Não foi o cansaço que me derrotou. Fui eu quem escolheu.
Ontem, quando percebi que este tinha sido o ano da minha morte, pela primeira vez percebi que o Tempo não nos gasta, somos nós quem desperdiça o Tempo.
nothing reaaly ends
Que do Passado não quero guardar memórias, que no Futuro não existirei e que o Presente me começa a rasgar.
Ontem senti que já não sei lidar com metáforas, que me esqueci de todos os adjectivos e que começo a ser um Pleonasmo constante.
Funciono a corda e o mecanismo está a chegar ao fim.
Ontem não consegui chorar. Estou seco. Já não sinto a leveza dos entardeceres. Não me deslumbro com a luz que Lua cheia emana.
Sinto-me submerso em águas negras e não sentir medo significa que me resignei.
Ontem ouvi e não fui ouvido. Fui escrutinado sem direito a defesa.
Amarrado, amordaçado e injustiçado.
Não me assusta a morte nem sequer a vida. Tenho pavor da descrença, da maldade e da ingratidão.
Ontem dei uma queda enorme no meio de tantas pessoas. Ninguém me ajudou a levantar, porque neste momento sou invisível.
Também se morre de solidão, de vazio, de não pertencer.
Ontem não senti calor, nem frio. O meu termostáto avariou e com ele todos os meus sentidos.
Ando há tempos a largar pequenas migalhas como se de uma pista se tratasse. O vento leva-as, desaparecem e eu vou desaparecendo lentamente.
Ontem fui aquilo que nunca havia sido. Aquilo que nunca fui. O que nunca serei.
Já sai do Limbo e encontro-me neste momento no purgatório. Consciente.
Não foi o cansaço que me derrotou. Fui eu quem escolheu.
Ontem, quando percebi que este tinha sido o ano da minha morte, pela primeira vez percebi que o Tempo não nos gasta, somos nós quem desperdiça o Tempo.
nothing reaaly ends
sábado, 8 de junho de 2019
Conta-me um segredo (2)
Entre o deve e o haver.
Poderíamos conjugar verbos indefinidamente. Sorver adjectivos compulsivamente.
Teríamos tempo. Bastante tempo.
Conseguiríamos abdicar das analogias.
Entre a Fé e a descrença.
Andaríamos de mãos dadas. Sempre com a Esperança de que o Passado não nos dividisse.
Seríamos um. Seríamos apenas os dois.
Entraríamos por qualquer porta livres de medo.
Entre a vida e a morte.
Escolheríamos sempre prolongar o Tempo. Acrescentar-lhe aço.
Iríamos para onde a brisa límpida das manhãs de Primavera nos levasse.
Sorriríamos porque é de sorrisos que nos alimentamos.
Entre o veneno e o antídoto.
Deixaríamos tudo aquilo que é tóxico. Não nos iríamos nunca render ao acessório.
Vestiríamos a farda de soldados disciplinados. Leais e destemidos.
Entre tudo aquilo que é nada.
Empunharíamos as nossas espadas, forjadas na lava de um vulcão. Indestrutíveis.
Combateríamos gigantes disfarçados de anões e no final não nos renderíamos.
Entre ficar e partir existe o verbo parar. Depois e apenas depois vem o verbo decidir.
It´s all here
Poderíamos conjugar verbos indefinidamente. Sorver adjectivos compulsivamente.
Teríamos tempo. Bastante tempo.
Conseguiríamos abdicar das analogias.
Entre a Fé e a descrença.
Andaríamos de mãos dadas. Sempre com a Esperança de que o Passado não nos dividisse.
Seríamos um. Seríamos apenas os dois.
Entraríamos por qualquer porta livres de medo.
Entre a vida e a morte.
Escolheríamos sempre prolongar o Tempo. Acrescentar-lhe aço.
Iríamos para onde a brisa límpida das manhãs de Primavera nos levasse.
Sorriríamos porque é de sorrisos que nos alimentamos.
Entre o veneno e o antídoto.
Deixaríamos tudo aquilo que é tóxico. Não nos iríamos nunca render ao acessório.
Vestiríamos a farda de soldados disciplinados. Leais e destemidos.
Entre tudo aquilo que é nada.
Empunharíamos as nossas espadas, forjadas na lava de um vulcão. Indestrutíveis.
Combateríamos gigantes disfarçados de anões e no final não nos renderíamos.
Entre ficar e partir existe o verbo parar. Depois e apenas depois vem o verbo decidir.
It´s all here
Subscrever:
Mensagens (Atom)