domingo, 23 de outubro de 2016

Kukas nos Açores


No ano passado quando me separei da mãe do meu filho, fui pela primeira vez aos Açores, mais concretamente a São Miguel. Fui com a pessoa com quem partilho hoje a minha vida. Uma mulher fantástica que me devolveu a capacidade de voltar a sentir. Nessa viagem além do deslumbramento provocado pela ilha, encontrei um lugar que sem eu saber, já me pertencia por direito( parece mesmo daqueles clichés tipo Gustavo Santos, ou Paulo Coelho).
Este ano eu e a Minnie ( assim baptizada pelo meu filho), decidimos vir de novo a São Miguel e trazer o Kukas connosco. Quando lhe dissemos que vínhamos os três de férias aos Açores, ficou excitadissimo. Todos os dias perguntava quantos dias faltavam m para irmos de férias: - Faltam três meses filho. Isso são quantos dias papá? São noventa dias filho. Mostra com os dedos papá. Oh, isso são ainda muitos dias Papá.

Assim foram todos os dias durante três meses até que finalmente chegou o tão ansiado dia. Era hoje que íamos de férias para os Açores. No avião ficamos em frente a três pessoas com idade de reformados. Não, ficámos em frente a três velhos chatos como o caralho; para uma delas era o seu baptismo de voo, a mesma que me deu uma cacetada na cabeça que me projectou os óculos pelo corredor do avião. Não parou quieta durante todo o voo, dando joelhadas no banco da minha namorada como se tivesse passado todo o voo a lutar muay thay.  O fato de o Kukas dizer repetidamente que o aviao ia cair também não deve ter sido grande ajuda.
Finalmente lá aterrámos e fomos à procura de um táxi para nos levar a casa de uma amiga que nos iria emprestar o carro durante a nossa estada na ilha. No táxi, depois de o taxista nos questionar sobre o destino, o Kukas perguntou- nos se o senhor estava a falar inglês.

A Minnie tinha uma surpresa preparada, havia feito uma reserva no Hotel Terranostra para a nossa primeira noite. Uma suíte fabulosa, com acesso à piscina do jardim, à piscina interior, sauna, banho turco, etc..  O Kukas quando viu o Hotel, disse: - Uau, que chique. Antes de chegarmos ao Hotel fizemos uma paragem na lagoa do Congro. Para mim uma das mais belas de São Miguel. Lugar místico onde reina um silêncio e uma paz tão únicos, que só ali os encontrei.
Chegados ao Hotel, vestimos os nossos robes brancos, agarrámos nas toalhas e lá fomos para as piscinas exteriores com água a 39 graus centígrados. Estava ali o Paraíso e nós no meio dele. Pouco importa que os nossos fatos de banho fiquem castanhos para sempre, ou que o nosso cabelo precise de doses indústrias de amaciador para se conseguir desembaraçar, aquela água vale qualquer sacrifício.

Hora de almoço e lá fomos pela vila das Furnas à procura de um sítio onde comer. Enquanto andávamos encontrámos um que pelas Fotos expostas dos pratos, nos deixou com grandes dúvidas, ainda assim a fome venceu a potencial pouca qualidade da comida. Olhando para a carta, um dos pratos do dia era o famoso Cozido das Furnas, já o tínhamos provado no ano passado no restaurante onde é considerado o melhor da região e não tínhamos gostado assim tanto. Decisão difícil, escolher um restaurante manhoso, e pedir um prato que feito no melhor restaurante não era assim tão bom. Óptima decisão afinal, o cozido estava fantástico. Até o Kukas que a princípio fez birra porque queria batatas fritas, acabou por comer tudo aquilo que lhe coloquei no prato.



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