São 21 horas. Estás deitada na sala ao meu lado com a tua cabeça sobre o meu ombro. Olho para ti e adormeceste. Acordaste às 06 da manhã, foste para a faculdade onde estás a tirar Medicina. Saíste das aulas a correr para apanhares o comboio que te traz para o teu emprego onde ficarás até às 20.
Vens para casa, trazes o peso do Curso e os casos complicados que te surgiram no emprego nesse dia. O teu ar é cansado, mas ainda assim sorris porque estás a concretizar o teu sonho.
Enquanto sinto a tua baba inundar-me o peito, experimento um misto de orgulho e de conforto. Orgulho na mulher que está aqui deitada ao meu lado e que luta diariamente pelos objectivos que traçou para a sua vida e conforto por sentir que aqui nos meus braços nada de mal te vai acontecer.
O meu braço começa a ficar dormente, mas não ouso sequer tirá-lo debaixo da tua cabeça; o meu sacrifício comparado com o teu nada pesa.
Quando te conheci fiz-te algumas promessas, todas elas cumpridas até ao dia de hoje. A mais importante que te fiz foi a de que te iria sempre proteger. Quero que os teus sonhos sejam também os meus, que as tuas vitórias sejam também as minhas e que a tua felicidade seja uma constante.
Enquanto dormes, exausta, mas tranquila, recordo tudo aquilo que já me deste. A tua entrega, a tua esperança que muitas vezes me emprestaste por a minha andar perdida.
Antes de chegares a casa, aspirei-a, fiz o jantar, limpei o cocó das nossas gatas, apanhei a roupa que estava estendida e assim tive-te um bocadinho só para mim, sem precisares de fazer mais do que me dares uma hora da tua companhia. Hoje dou mais valor ao Tempo, aproveito os segundos, porque cada segundo é importante. Vives a mil à hora, vivemos a mil à hora, mas quando conseguimos parar e termo-nos um para o outro tudo faz sentido e vale a pena.
Enquanto dormes nos meus braços eu sei que o teu lugar é ali naquele exacto momento e que eu não quereria estar senão ali, junto a ti.
Queria tanto ser essa mulher, anseio por alguém como tu na minha vida. Serias tu um sapo que se transformou em Principe?
ResponderEliminarAmei.Que exemplo lindo de entrega e dedicação. Existem pessoas com tanta sorte. Fizeste com que eu acreditasse que é possivel existirem contos de fadas.
ResponderEliminarBoa noite
ResponderEliminarEncontrei seu blog hpje, por acaso.
Li já alguns posts e percebi que está separado da mãe do seu filho e que vive com outra pessoa (a rapariga deste texto).
Eu tenho a sua idade, 2 filhos, casada e a trabalhar sempre (almost 24/7).
E gostava de lhe perguntar se também agia assim durante o seu casamento. Se durante o seu casamento também agia como refere no penúltimo paragrafo. Também arrumava tudo em casa antes de a sua esposa chegar, fazia o jantar, tratava do miúdo e tudo mais?
Não leve a mal esta minha pergunta, não tem maldade. Apenas gostaria de saber porque tenho a perfeita consciência de que qualquer homem é capaz de ser assim. Basta querer.
E se não o é, o casamento, a mulher (ou ex-mulher), não são de certeza os culpados.
Desculpe se estou a ser muito intrometida, mas depois de ver este seu post não resisti a perguntar.
ML
p.s: para as outras leitoras deste blog, minhas Sras todos os homens podem ser assim, basta quererem. E o facto de este blogger ser assim com a miúda dele não quer dizer que se estivesse com vocês também o fosse.
Bom dia ML. Não tenho por hábito responder aos comentários aos meus textos, já expliquei a razão no meu último post; no entanto abro uma excepção para lhe responder a si porque há uma coisa que quero deixar clara. Eu separei-me da mãe do meu filho porque deixou de haver Amor e Paixão entre nós. Estive 15 anos com ela, desde que começámos a namorar, até eu etr saído de casa. Posso dizer-lhe que enquanto ela tirou a Licenciatura durante cinco anos em horário pós laboral, não veio um único dia de transportes públicos para casa de noite. Eu e outras vezes o pai dela, fazia mais de 50Km à noite para a ir buscar à Faculdade e não ter de vir tão tarde de transportes Públicos.
EliminarQuando começámos a morar juntos e até eu sair de casa era eu quem fazia 90% das refeições. Tudo aquilo que faço agora na minha casa, fazia na anterior.
Concordo consigo quando diz que aquilo que eu faço não é nada de especial e que qualquer homem o pode fazer. Acho é errado se o fizerem com um determinado interesse e não porque é assim que as coisas devem de ser feitas. Numa relação partilha-se, não se controla quem faz mais ou menos em casa.
Sou o pai que fui desde que o Kukas nasceu, fui eu quem lhe deu o primeiro banho, porque a mãe tinha medo de o magoar. quando ele estava com cólicas eu também me levantava para lhe massajar a barriga, deitava-o e lia-lhe histórias até adormecer. dava-lhe a comida, vestia-o e levava-o ao colégio. Obviamente que a mãe também partilhava comigo estas tarefas.
Eu sou assim como a ML diz, não por estar com esta miúda, mas porque é assim a minha natureza.