Ontem fui ver o Concerto de Tricky. Há 20 anos atrás tinha-o visto no Coliseu dos Recreios e foi memorável.
Há umas semanas, a minha namorada da altura que tinha ido comigo ao Concerto, enviou-me uma mensagem a perguntar-me se queria ir recordar bons velhos tempos e desafiou-me para assistirmos ao Concerto de ontem.
Obviamente que as nossas expectativas não estavam muito elevadas, a sala era outra, bem mais pequena e entretanto passaram 20 anos..
O concerto teve dois ou três momentos altos, mas saímos com a sensação de que tinha de facto sido fraquinho. Possivelmente devido a algumas substâncias consumidas pelo artista, que dava a ideia de que estava noutra dimensão. Durante todo o concerto as luzes do palco nunca se acenderam. Apenas víamos os espectros dos artistas. Felizmente para mim tocou a minha música favorita, infelizmente para a Raquel não tocou a dela.
Teve também um momento estranho quando ele cantou a mesma musica 2 vezes, dando a ideia que estava mesmo noutro Planeta.
O som da Guitarra, que além de não acrescentar muito à maioria das musicas, estava demasiado alto, abafando as vozes.
Ainda assim valeu a pena, nem que fosse pelo reencontro com uma pessoa que fez parte do meu Passado e com quem criei laços sólidos que se mantêm 20 anos depois.
Há sempre uma parte boa
Desalinhado por defeito congénito. Desequilibrado. Organotáxico. Com Fobia extrema a palhaços.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
Socorro..Deus meu, livrai-me da Bipolaridade dos outros
Lei de Murphy : - "Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível"
Lei de Paper Cut: - "Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, com acréscimo de contornos Surreais".
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
#olfato
Existem fragrâncias que são processadas no nosso sistema límbico e ficam lá presas para sempre.
Era só isto..
Era só isto..
sábado, 24 de fevereiro de 2018
Por vezes o silêncio vale mais do que o ouro
Acordei com um peso enorme. Um cansaço tremendo de uma noite mal dormida; Sinto-me doente, esgotado fisicamente e mentalmente.
Hoje tive de vir trabalhar e estou a fazer um esforço enorme para o conseguir.
Fui almoçar a um restaurante, onde vou habitualmente. Queria alimentar-me com algo que me desse algum aconchego e energia para conseguir resistir ao resto da tarde de trabalho.
Sentei-me à mesa, phones nos ouvidos e era daquela forma que queria digerir aquela minha hora. Música boa e comida reconfortante.
Na mesa em frente, uma Mulher que conheço de vista, virou-se para trás e começou a falar comigo. Como não ouvia aquilo que ela me dizia comecei por tirar um dos auscultadores de um dos ouvidos.
- Estás tão magro. Disse-me com um ar de desconfiança.
Respondi-lhe que estava doente. Há uma semana com uma Gripe que me deixara debilitado.
- Não te andas a portar mal? Continuou ela.
Voltei a referir a minha Gripe e o facto de ter dormido mal, como justificação do meu ar mais abatido.
Só queria que ela se voltasse para a frente e me deixasse aproveitar aquele meu momento de pausa e descanso.
Continuou a falar comigo. Por educação, desliguei a música e ia ouvindo quase em desespero silencioso aquilo que aquela mulher me ia dizendo.
Falava-me do Ex Marido e do mal que ele lhe tinha causado. Uma rajada infinita de queixumes dos quais eu não queria saber.
Disse-lhe umas duas vezes que ela tinha a travessa da comida a arrefecer, com a esperança que se voltasse para a frente e me deixasse em paz. De nada valeu. Continuava virada para mim a debitar decibéis de sons horríveis que eu não queria (já não conseguia) escutar.
Comecei a comer à pressa. Só queria fugir dali. Deixar de ouvir aquela mulher que me corrompeu ferozmente aquele momento que eu tanto necessitava.
A Tranquilidade que eu buscava, transformou-se em irritação e desespero.
Como eu hoje queria tanto que o Mundo me afastasse das Pessoas...
I need some Silence
Hoje tive de vir trabalhar e estou a fazer um esforço enorme para o conseguir.
Fui almoçar a um restaurante, onde vou habitualmente. Queria alimentar-me com algo que me desse algum aconchego e energia para conseguir resistir ao resto da tarde de trabalho.
Sentei-me à mesa, phones nos ouvidos e era daquela forma que queria digerir aquela minha hora. Música boa e comida reconfortante.
Na mesa em frente, uma Mulher que conheço de vista, virou-se para trás e começou a falar comigo. Como não ouvia aquilo que ela me dizia comecei por tirar um dos auscultadores de um dos ouvidos.
- Estás tão magro. Disse-me com um ar de desconfiança.
Respondi-lhe que estava doente. Há uma semana com uma Gripe que me deixara debilitado.
- Não te andas a portar mal? Continuou ela.
Voltei a referir a minha Gripe e o facto de ter dormido mal, como justificação do meu ar mais abatido.
Só queria que ela se voltasse para a frente e me deixasse aproveitar aquele meu momento de pausa e descanso.
Continuou a falar comigo. Por educação, desliguei a música e ia ouvindo quase em desespero silencioso aquilo que aquela mulher me ia dizendo.
Falava-me do Ex Marido e do mal que ele lhe tinha causado. Uma rajada infinita de queixumes dos quais eu não queria saber.
Disse-lhe umas duas vezes que ela tinha a travessa da comida a arrefecer, com a esperança que se voltasse para a frente e me deixasse em paz. De nada valeu. Continuava virada para mim a debitar decibéis de sons horríveis que eu não queria (já não conseguia) escutar.
Comecei a comer à pressa. Só queria fugir dali. Deixar de ouvir aquela mulher que me corrompeu ferozmente aquele momento que eu tanto necessitava.
A Tranquilidade que eu buscava, transformou-se em irritação e desespero.
Como eu hoje queria tanto que o Mundo me afastasse das Pessoas...
I need some Silence
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
Para o Ricardo
Conheci-te, tínhamos 6 anos. Eras franzino. Bastante calado, mas de uma educação enorme.
Desde o nosso primeiro dia de aulas que senti uma enorme empatia por ti. De inicio não percebia a razão de seres tão reservado. Tinhas imensos problemas causados pela asma, o que não te permitia ser uma criança como as restantes. Não podias correr, nem jogar à bola. Andavas sempre com a tua bomba para a asma.
As crianças conseguem na sua inocência serem bastante cruéis e os outros miúdos chamavam-te "menina" por não poderes brincar como todos os outros devido às tuas limitações de saúde.
Lembras-te quando deixaram de gozar contigo? Foi naquele recreio em que o Zé estava a chamar-te maricas e eu passei-me e dei-lhe uma carga de porrada que me valeu um mês inteiro sem ir ao recreio. Foi a partir desse dia que eu e o Russo (lembras-te como ele era bera?), te começámos a proteger e nunca mais ninguém ousou faltar-te ao Respeito.
Contaste à tua mãe e um dia que vínhamos da Escola e te deixámos em casa, lá estava a tua mãe, a D. Glória que a partir daquele dia se tornou também ela numa Pessoa bastante especial para mim; com um presente para mim e outro para o Russo como forma de agradecimento por te protegermos.
Nunca mais nos separámos. Crescemos, tu melhor do que eu. Os teus problemas de saúde desapareceram, deixaste de ser franzino e ultrapassaste-me na altura.
Conservaste sempre aquele teu sorriso que era a tua imagem de marca. Genuíno, de quem está bem consigo próprio e com a vida.
Foste o meu amigo que sempre esteve Presente, mesmo quando eu afastava toda a gente. Nunca desististe de mim.
Veio a filha da puta da doença e nem ela te vergou durante os dois anos e meio que te minou.
Tinhas uma fome de viver e um optimismo que me fazia acreditar, mesmo quando eu te via tão debilitado e tinha de me esforçar para não chorar ao teu lado.
Vivemos muitas aventuras juntos. Se um dia eu cuidei de ti, mais tarde foste tu quem cuidou de mim.
Farias em Dezembro a minha idade ( troquei a tua data de aniversário com a da tua mãe, pensava que eras tu quem fazia anos este mês) . Quando partiste há 14 anos atrás, eu senti uma revolta tão grande, que me senti culpado. Pensei na noite em que estavas prostrado naquele caixão que era eu quem ali devia de estar e não tu. Eu que fiz tanta merda e tu que foste sempre tão boa Pessoa, tão bom amigo, tão bom filho, tão bom Irmão.. mas as coisas são como são e há pessoas que partem demasiado cedo.
Penso em ti quase todos os dias. Deixaste a tua marca em mim. Por vezes não sei lidar com a falta que me fazes e com as saudades que tenho de ti. Nesses dias vou "visitar-te" e falo um bocadinho contigo.
Obrigado por teres feito parte da minha vida "my friend".
Encontrei esta entrevista que deste a seguir a um dos concertos.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Eu e ele
Quando soube que ia ser Pai, nos primeiros dias foi terrível. Não foi premeditado e eu achava que não estava preparado. Morria de medo de não ser capaz de estar ao nível das expectativas exigidas a um pai. Pensava que já era demasiado "velho" e que não iria ter capacidade para acompanhar o ritmo do meu Filho.
Esses receios rapidamente se foram desvanecendo e desde que o Duarte nasceu, que o medo se converteu em Felicidade e Amor incondicional.
Este fim de semana ele quis ir ao Oceanário. Fomos lá a primeira vez quando ele tinha 3 anos e nesse dia não quis ver o aquário central porque tinha medo dos tubarões.
No sábado o objectivo eram os Tubarões. Quando os viu ficou desiludido, pensou que fossem maiores. Eu disse-lhe que ainda eram bebés e que estavam a crescer. Perguntou-me quanto tempo demoravam a ficar gigantes e eu disse-lhe que uns 20 anos. - Isso são mais do que mil dias Papá? Eu disse que sim e ele ficou um bocadinho desiludido.
De seguida fomos ver o mar, ele é fascinado pelo mar. Sobretudo pelas ondas quando rebentam. Estava bastante frio mas ele não queria arredar pé da
beira da praia.
Constipei-me nesse dia e no Domingo quando acordei, sentia-me doente, cheio de dores de garganta e no corpo. Pedi-lhe para fazer uns desenhos enquanto eu limpava a casa, que depois ia-mos almoçar fora e andar de Skate.
Estávamos ambos sozinhos e nesse dia tive de fazer um esforço enorme para ser o pai que ele merece. Só queria deitar-me e poder descansar, mas quando se é pai temos de ultrapassar todos os limites e lá fui ensiná-lo a andar de skate tal como ele me havia pedido.
Fomos para casa ao fim do dia e disse-lhe que estava a sentir-me muito doente se ele me deixava deitar um bocadinho no sofá enquanto ele desenhava e via os desenhos animados. Na inocência dos seus 6 anos, disse-me: - Papá, queres que faça festinhas onde te dói? Disse-lhe para me fazer festinhas na cara e adormeci com o meu filhote a tratar de mim.
The best of me
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018
Limbo
Hoje quero falar-te de lugares comuns.
De encontros, desencontros e da falácia das palavras.
Quero que saibas que as palavras de nada valem se ditas contra o vento ou se escritas na espuma das ondas.
Quero que entendas o significado do Verbo Pertencer. Não se pertence a ninguém, mas podemos pertencer no Tempo mesmo que o espaço nos leve para o éter.
Somos as escolhas que fazemos (avisei que ia falar de lugares comuns), mas entregá-las ao acaso não me parece um acto de justiça, é mesmo cobardia.
Respeito. Tens uma noção de respeito tão distorcida. Gritar, massacrar, ferir, é faltar ao respeito; e tomar decisões numa gota de orvalho e no dia a seguinte assumir indecisões que entretanto causaram efeitos na vida daqueles que simplesmente confiaram? É tão fácil fugir e deixar que o filho da puta do Destino se encarregue dos inocentes.
Todos queremos paz e tranquilidade. Lugar comum tão citado. E, quando nos dão a Paz e a tranquilidade que buscamos e ainda assim nos olham como se fossemos os culpados pela criação do Inferno?
Eu sei o que é querer fugir. Fugir é algo que nos é permitido, errado são os danos colaterais que a nossa fuga temperada de egocentrismo pode provocar.
Culpa. Culpar os outros pela nossa insatisfação é um acto de egoísmo. Mesmo quando apregoamos o contrário. Consciente ou inconscientemente ferimos aqueles que nos foram dedicados e não sentimos culpa, porque a culpa é sempre dos outros e nós somos seres magistrais.
Somos seres perfeitos até deixarmos de o ser. Eu sei, é tão mais fácil apontar as imperfeições dos outros. Isenta-nos de qualquer responsabilidade.
Um dia irás perceber que a honestidade e o respeito vai muito para além da definição que lhes conferes.
Talvez não seja eu o desalinhado desta história, talvez seja eu quem se está a esforçar para perdoar os actos camuflados de caprichos anões de quem um dia quis tudo e no seguintequase me roubou a sanidade mental deixando-me sem nada.
Sabes que também sabes ser cruel?
(foto by @ahcit)
Nonsense
De encontros, desencontros e da falácia das palavras.
Quero que saibas que as palavras de nada valem se ditas contra o vento ou se escritas na espuma das ondas.
Quero que entendas o significado do Verbo Pertencer. Não se pertence a ninguém, mas podemos pertencer no Tempo mesmo que o espaço nos leve para o éter.
Somos as escolhas que fazemos (avisei que ia falar de lugares comuns), mas entregá-las ao acaso não me parece um acto de justiça, é mesmo cobardia.
Respeito. Tens uma noção de respeito tão distorcida. Gritar, massacrar, ferir, é faltar ao respeito; e tomar decisões numa gota de orvalho e no dia a seguinte assumir indecisões que entretanto causaram efeitos na vida daqueles que simplesmente confiaram? É tão fácil fugir e deixar que o filho da puta do Destino se encarregue dos inocentes.
Todos queremos paz e tranquilidade. Lugar comum tão citado. E, quando nos dão a Paz e a tranquilidade que buscamos e ainda assim nos olham como se fossemos os culpados pela criação do Inferno?
Eu sei o que é querer fugir. Fugir é algo que nos é permitido, errado são os danos colaterais que a nossa fuga temperada de egocentrismo pode provocar.
Culpa. Culpar os outros pela nossa insatisfação é um acto de egoísmo. Mesmo quando apregoamos o contrário. Consciente ou inconscientemente ferimos aqueles que nos foram dedicados e não sentimos culpa, porque a culpa é sempre dos outros e nós somos seres magistrais.
Somos seres perfeitos até deixarmos de o ser. Eu sei, é tão mais fácil apontar as imperfeições dos outros. Isenta-nos de qualquer responsabilidade.
Um dia irás perceber que a honestidade e o respeito vai muito para além da definição que lhes conferes.
Talvez não seja eu o desalinhado desta história, talvez seja eu quem se está a esforçar para perdoar os actos camuflados de caprichos anões de quem um dia quis tudo e no seguinte
Sabes que também sabes ser cruel?
(foto by @ahcit)
Nonsense
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Causa/efeito
Conta-me tudo sobre os Amores Platônicos.
Explica-me como saciar algo sem que se consuma a carne?
Entendo a intensidade, acredito que seja real. Apenas desconfio da pureza.. Podes argumentar que tudo é puro até que se lhe toque.
Posso achar que é uma ilusão, podes contrapor e dizer-me que a Alma também precisa de alimento.
Talvez seja como sentir algo imaculado. É viver em Estado de Graça. Uma questão de Fé.
Vive-se (bem) assim?
Existe com toda a certeza um enorme fluxo de Energia; mas a Energia não se esgota se não for alimentada?
Para mim e desculpa a franqueza os Amores Platônicos são a génese de algo com um final anunciado.
São assim que todos os Amores começam dizes-me tu. Eu digo-te que são assim que alguns Amores se começam a desvanecer.
Recua no Tempo e repara no desfecho dos maiores dos Amores Platônicos. Todos com um fim trágico.
É certo que ficaram na História, mas de que serve perpetuar no Tempo algo que nunca se consumou?
Agora dizes-me que sou um cínico. Aceito. Contudo não sou hipócrita.
Sei o que é ser intenso quando se ultrapassa a Metafísica e nos entregamos sem reservas.
Todos os tipos de Amor são válidos dirás-me tu. Verdade, direi eu.
Há uma coisa em que divergimos, tu contentas-te com as imagens que a tua mente vai construindo e como a nossa mente é perita em nos pregar truques, facilmente cairás na tua própria ratoeira. Eu necessito de mais. Não me basta senti-lo, preciso de o viver. Com todos os acessórios. De uma forma física e real.
És tu a racional? Perfeita antítese..
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
Take a wish
Pensa num desejo. Espera, não me digas naquilo que pensaste.
Se se concretizar depois dizes.
Já se concretizou?! Sério?!
Queres contar então?
Desejaste que eu te desse a mão? Foi esse o teu desejo?
Podias ter desejado tantas coisas..
O desejo era meu e escolhi em consciência.
A tua mão, aquece-me, protege-me, segura-me.
Na tua mão encontro abrigo, a pele calejada pelos anos confere-me confiança.
É verdade que podia ter escolhido outras coisas, mas é a tua mão que mais desejo.
A minha mão já era tua..
Pensei que desejasses algo que ainda não possuísses, ou que ansiasses.
Ainda se tivesse uma pele macia (risos)..
Agora terei de te dar sempre a mão?
Sinto uma responsabilidade acrescida.
Mesmo tendo sido o desígnio de um desejo.
Pensas que te dou como garantido? Ou à tua mão?
Desejei aquilo que mais anseio.
Quando me disseste que pedisse um desejo, era a tua mão que eu naquele momento mais queria. Assim do jeito que ela é.
Não carregues o peso dessa responsabilidade, não é tua.
Aquilo que me estás a dizer é que não se devem desperdiçar desejos.
Estás a ensinar-me que podemos desejar aquilo que já possuímos.
De repente isso faz-me tanto sentido..
Como uma lareira que nos aquece e dá conforto nas noites frias de inverno, só resiste se lhe formos acrescentando mais lenha.
Estou a dar-pistas.
Quero que encontres nas coisas mais simples o alimento que te vai fortalecer para enfrentares aquelas mais complicadas.
Não menosprezes a tua mão. Tem muito mais poder do que possas imaginar.
Isto não tem nada de metafísico, é real.
A minha mão é tua...
A tua mão já era minha...
Sem despertador
Bom dia.
Não me lembro da última vez em que acordei assim tão devagarinho.
O quarto continua às escuras, o meu iPad diz que são 11:37 horas.
Recordo-me bem ao longe de ter recebido duas chamadas esta manhã (fui confirmar ao registo do telemóvel) . Uma de um colega de trabalho, não me lembro do que falámos, mas certamente grunhi algo e despachei-o. A outra da miúda cá de casa que me pareceu ter sido mordida por uma abelha. (A minha mãe diz que nestes casos se deve meter uma moeda por cima do local da picada. Não me recordo se lhe disse isso.)
Coloquei uma música enquanto acordo neste ritmo tão raro. Normalmente levanto-me à pressa. Está a saber-me tão bem esta ronha inocente, este acordar lentamente, esta tranquilidade que habita no meu quarto.
Sinto uma isenção de responsabilidade que me permite simplesmente descansar.
Enquanto escrevo, tenho de voltar muitas vezes atrás e corrigir aquilo que vou escrevendo. A minha coordenação motora ainda está a 60%.
Tenho fome, apetece-me uns ovos mexidos. Será que se for a correr à cozinha cozinha-los e voltar, não corrompo este momento, este Estado de Graça?
Estou aqui nesta luta, vou ou fico. Eu acho que se for rápido ainda consigo voltar e recuperar esta letargia boa... ( vou arriscar, a fome é muita).
Eu sabia. Estou de volta ao quarto e à cama, pequeno almoço no tabuleiro, mas aquela ronha tão boa e despretensiosa foi embora.
Pelo menos tenho a minha sandes de hambúrguer,queijo Terra Nostra , Philadelphia e os meus ovos mexidos com queijo de cabra e uma banana para rematar.
São 12:21 horas, estou quase há uma hora para escrever um texto, que normalmente levaria uns 15 minutos para começar e finalizar.
12:31 horas. Estive dez minutos a olhar para o teclado e sem saber aquilo que escrever mais neste texto. Porra, foi-se o
momento...(acho que as moedas que se usam para as ferroadas de abelha têm de ser daquelas pretas, de cêntimos).
Slowlymomento...(acho que as moedas que se usam para as ferroadas de abelha têm de ser daquelas pretas, de cêntimos).
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Bla bla bla
Se quando o dia acabar não souberes aquilo que te apetece fazer, senta-te um pouco, bebe um chá, ouve aquela tua música; sabes? Aquela que te faz sempre sentido quando a escutas. Não tenhas pressa, permite-te descansar enquanto descobres aquilo que realmente te apetece. A música está perfeita, não está? chega-me até mim o aroma do chá, é aquele da Gorreana? Sim, continua frio lá fora.
Não me apetece sentar. Talvez beba uma chávena de chá e vá sair. Estou cansado, mas apetece-me sair. Sim, na verdade aquilo que não me apetece é ficar. Também não sei o que me apetece fazer, mas sei que não me apetece ficar. Está bastante quentinho aqui e demasiado frio lá fora, mas sinto-me mais confortável fora daqui. Claro que não gosto de frio! Ainda não sei onde vou, acho que vou só por aí. Eu agasalho-me.
Obrigado, mas não me apetece falar sobre o meu dia, mas foi um dia normal. Aliás, nem me recordo bem de como foi o meu dia agora que perguntas...
Ainda não tenho fome, como qualquer coisa por aí. Na verdade ultimamente ando com pouco apetite. Claro que me alimento, mas por vezes tenho de fazer um esforço porque tenho tido pouca fome.
Não sei de novo da chave do carro. Já vi aí, não está. Deixa-te estar sentada, eu procuro. Olha, já encontrei. Estava no casaco que tinha ontem vestido.
Está tudo bem. A sério. Não te preocupes. Só não me apetece estar aqui.
Estás enganada, eu não me fecho. Apenas não tenho nada para te dizer. Não tem a ver contigo. Desculpa, não estou a ser honesto. Tem tudo a ver contigo, mas também comigo.
O chá já arrefeceu, acho que prolongámos demasiado a conversa. Tens razão, estamos há imenso tempo a falar sobre nada. Não, não me causa desconforto, mas também nada me acrescenta.
Já descobriste o que te apetece fazer.. Boa, afinal o meu método resultou. Ficares em casa a ver um filme com o aquecedor aos teus pés parece-me óptimo. Não, está demasiado abafado aqui para mim, vou mesmo sair. Ainda não sei onde vou.
Até amanhã...
I go out
Não me apetece sentar. Talvez beba uma chávena de chá e vá sair. Estou cansado, mas apetece-me sair. Sim, na verdade aquilo que não me apetece é ficar. Também não sei o que me apetece fazer, mas sei que não me apetece ficar. Está bastante quentinho aqui e demasiado frio lá fora, mas sinto-me mais confortável fora daqui. Claro que não gosto de frio! Ainda não sei onde vou, acho que vou só por aí. Eu agasalho-me.
Obrigado, mas não me apetece falar sobre o meu dia, mas foi um dia normal. Aliás, nem me recordo bem de como foi o meu dia agora que perguntas...
Ainda não tenho fome, como qualquer coisa por aí. Na verdade ultimamente ando com pouco apetite. Claro que me alimento, mas por vezes tenho de fazer um esforço porque tenho tido pouca fome.
Não sei de novo da chave do carro. Já vi aí, não está. Deixa-te estar sentada, eu procuro. Olha, já encontrei. Estava no casaco que tinha ontem vestido.
Está tudo bem. A sério. Não te preocupes. Só não me apetece estar aqui.
Estás enganada, eu não me fecho. Apenas não tenho nada para te dizer. Não tem a ver contigo. Desculpa, não estou a ser honesto. Tem tudo a ver contigo, mas também comigo.
O chá já arrefeceu, acho que prolongámos demasiado a conversa. Tens razão, estamos há imenso tempo a falar sobre nada. Não, não me causa desconforto, mas também nada me acrescenta.
Já descobriste o que te apetece fazer.. Boa, afinal o meu método resultou. Ficares em casa a ver um filme com o aquecedor aos teus pés parece-me óptimo. Não, está demasiado abafado aqui para mim, vou mesmo sair. Ainda não sei onde vou.
Até amanhã...
I go out
sábado, 10 de fevereiro de 2018
De novo nos 20
Chegamos aos quarentas e dizem aqueles que sabem de coisas, que trazemos com eles a tão “afamada” crise de meia idade.
Compramos um Porche ou um Ferrari e arranjamos uma miúda 20 anos mais nova.
Não sei se me chegou até mim este flagelo, esta crise de meia idade. Não tendo dinheiro para comprar um Porche, ou um Ferrari e consequentemente arranjar uma miúda com metade da minha idade torna-se complicado se estiver a atravessar por este processo.
Como por vezes o Universo é nosso compincha, veio até mim um skate long board.
Tenho a sorte de morar ao lado do Rio Tejo e ter 8km de Calçadão à beira rio.
Desde que tenho o skate sempre que me é possível no final do dia faço estes 8km montado no meu “Porche” de phones nos ouvidos a deslizar e contemplar.
Tem sido terapêutico. É como recuar no Tempo, sentir o vento na cara e uma sensação de leveza indescritível.
Se estiver a atravessar a crise dos 40, então sou um sortudo, porque arranjei o antídoto perfeito para a combater.
No primeiro dia cometi dois erros. O de ter levado o cão preso pela trela e o meu filho. Enquanto o cão me puxava, o Kukas meteu-se à minha frente tal forcado a fazer uma pega a um touro. Eu gritava para ele se afastar e ele irredutível. Tive de me atirar para o chão para não o atropelar. O skate foi parar ao rio e não fosse ficar preso num canavial e neste momento jazia no fundo do rio. Resultado; bati com as costelas e agora não há Voltaren que me valha.
Estou fã do meu Skate e não o trocava por Ferrari ou Porche Carrera s4.
Go with the flow
Compramos um Porche ou um Ferrari e arranjamos uma miúda 20 anos mais nova.
Não sei se me chegou até mim este flagelo, esta crise de meia idade. Não tendo dinheiro para comprar um Porche, ou um Ferrari e consequentemente arranjar uma miúda com metade da minha idade torna-se complicado se estiver a atravessar por este processo.
Como por vezes o Universo é nosso compincha, veio até mim um skate long board.
Tenho a sorte de morar ao lado do Rio Tejo e ter 8km de Calçadão à beira rio.
Desde que tenho o skate sempre que me é possível no final do dia faço estes 8km montado no meu “Porche” de phones nos ouvidos a deslizar e contemplar.
Tem sido terapêutico. É como recuar no Tempo, sentir o vento na cara e uma sensação de leveza indescritível.
Se estiver a atravessar a crise dos 40, então sou um sortudo, porque arranjei o antídoto perfeito para a combater.
No primeiro dia cometi dois erros. O de ter levado o cão preso pela trela e o meu filho. Enquanto o cão me puxava, o Kukas meteu-se à minha frente tal forcado a fazer uma pega a um touro. Eu gritava para ele se afastar e ele irredutível. Tive de me atirar para o chão para não o atropelar. O skate foi parar ao rio e não fosse ficar preso num canavial e neste momento jazia no fundo do rio. Resultado; bati com as costelas e agora não há Voltaren que me valha.
Estou fã do meu Skate e não o trocava por Ferrari ou Porche Carrera s4.
Go with the flow
Fade out...
Lembras-te quando éramos tudo e não existia o nada?
De nos fundirmos com a Lua Cheia como nossa madrinha?
Recordas-te de quando ouvíamos a mesma música, tu numa dimensão, eu noutra e ambos na mesma?
De chorarmos porque o Amor assim o exigia?
Das portas, das janelas, das ruas, do pouco que tínhamos e do quanto nos preenchia?
De nos levarmos ao limite, de nos massacrarmos, ferir-mo-nos e de transformarmos a dor em exílio e sermos Felizes só por nos termos?
De me pedires para não ter medo, para confiar, percorrer o arame a mil metros de altura, sem rede que me amparasse a queda?
De me colares com a tua saliva, criando-me fundações mais fortes do que betão armado?
Da paixão avassaladora e descontrolada que nos carregava e nos segurava deixando-nos repousar para apenas a desfrutar?
E, dos abraços? Lembras-te dos nossos abraços? Do quanto nos alimentavam?
Lembras-te que éramos tudo e não existia o nada?
Recordaste-te que não tínhamos bússola, que nos perdíamos e que nos voltavámos sempre a encontrar?
Das promessas que nunca quebrámos? das promessas que nunca ousámos fazer?
Dos lugares que os teus olhos partilharam com os meus?
Da chuva que nos aconchegava, em noites frias?
De me entregares os teus fantasmas para que eu os guardasse numa caixa estanque e impenetrável?
Tal qual duas Cegonhas construirmos o nosso ninho, sem pressa, sem esforço?
Lembras-te quando éramos tudo e agora não somos nada?
De nos fundirmos com a Lua Cheia como nossa madrinha?
Recordas-te de quando ouvíamos a mesma música, tu numa dimensão, eu noutra e ambos na mesma?
De chorarmos porque o Amor assim o exigia?
Das portas, das janelas, das ruas, do pouco que tínhamos e do quanto nos preenchia?
De nos levarmos ao limite, de nos massacrarmos, ferir-mo-nos e de transformarmos a dor em exílio e sermos Felizes só por nos termos?
De me pedires para não ter medo, para confiar, percorrer o arame a mil metros de altura, sem rede que me amparasse a queda?
De me colares com a tua saliva, criando-me fundações mais fortes do que betão armado?
Da paixão avassaladora e descontrolada que nos carregava e nos segurava deixando-nos repousar para apenas a desfrutar?
E, dos abraços? Lembras-te dos nossos abraços? Do quanto nos alimentavam?
Lembras-te que éramos tudo e não existia o nada?
Recordaste-te que não tínhamos bússola, que nos perdíamos e que nos voltavámos sempre a encontrar?
Das promessas que nunca quebrámos? das promessas que nunca ousámos fazer?
Dos lugares que os teus olhos partilharam com os meus?
Da chuva que nos aconchegava, em noites frias?
De me entregares os teus fantasmas para que eu os guardasse numa caixa estanque e impenetrável?
Tal qual duas Cegonhas construirmos o nosso ninho, sem pressa, sem esforço?
Lembras-te quando éramos tudo e agora não somos nada?
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
A vida a 80
Hoje vi escrita numa lápide de uma campa a seguinte frase: “ A vida são grãos de areia que a morte sopra para longe”.
Fiquei a pensar no sentido daquilo. Parece- me tão redutor e tão limitado que a vida seja algo assim tão frágil e a morte tão portentosa.
Aquilo que vivemos tem de ser algo bem mais sólido do que pequenos grãos de areia. Há tanta potencialidade na vida. Somos maiores do que aquilo que parecemos.
Existe energia na vida, ao contrário da morte que é estática e permanente.
Temos mais medo da morte do que da vida e ainda assim temos tanto medo daquilo que a vida tem para nos oferecer. Na verdade andamos apavorados com as nossas vidas e fingimos que é a morte que mais nos assusta.
Nenhum de nós quer morrer. Quantos de nós queremos realmente viver?
Respirar é algo de inato. Sobreviver não requer grande esforço. Viver no limite da intensidade, essa é a nossa grande lacuna. A maior das nossas dificuldades. Acomodamo-nos, acobardamo-nos e escolhemos ser meros grãos de areia.
A vida , as nossas vidas podem deixar marcas maiores do que a morte.
Se eu pudesse alterava a frase naquela lápide e escreveria:
“ A vida são abraços, sorrisos, conquistas, angústias, amores , tristezas, certezas, incertezas, acertos e desacertos que a morte não consome”
Wild os the wind
Fiquei a pensar no sentido daquilo. Parece- me tão redutor e tão limitado que a vida seja algo assim tão frágil e a morte tão portentosa.
Aquilo que vivemos tem de ser algo bem mais sólido do que pequenos grãos de areia. Há tanta potencialidade na vida. Somos maiores do que aquilo que parecemos.
Existe energia na vida, ao contrário da morte que é estática e permanente.
Temos mais medo da morte do que da vida e ainda assim temos tanto medo daquilo que a vida tem para nos oferecer. Na verdade andamos apavorados com as nossas vidas e fingimos que é a morte que mais nos assusta.
Nenhum de nós quer morrer. Quantos de nós queremos realmente viver?
Respirar é algo de inato. Sobreviver não requer grande esforço. Viver no limite da intensidade, essa é a nossa grande lacuna. A maior das nossas dificuldades. Acomodamo-nos, acobardamo-nos e escolhemos ser meros grãos de areia.
A vida , as nossas vidas podem deixar marcas maiores do que a morte.
Se eu pudesse alterava a frase naquela lápide e escreveria:
“ A vida são abraços, sorrisos, conquistas, angústias, amores , tristezas, certezas, incertezas, acertos e desacertos que a morte não consome”
Wild os the wind
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
Pedaço de papel.
-Tens papel e caneta contigo?
-Espera, vou buscar..
-Já os tenho.
- Escreve o seguinte: - Nunca me irei esquecer que aquilo que mais quero ainda estou para o descobrir.
- Só isso?
- Sim, apenas isso. escreve e guarda o papel sempre junto de ti.
- Porquê?
- Para que não tenhas de correr. Para que saibas que aquilo que mais queres não te pode exigir cansaço.
- Não estou a perceber..
- Sabes, é exasperante corrermos atrás de algo que desconhecemos. Acabamos por nos perder em encruzilhadas, em bêcos sem saída.
-Entendo, mas assim quando irei descobrir aquilo que mais quero?
- Esse é o segredo. Não serás tu quem o irá descobrir. Tal como uma pena de um pássaro que flutua no ar, virá até ti e aí saberás.
-Consegue-se viver assim, com a ansiedade dessa espera?
-Essa é a parte difícil, controlar essa ansiedade que chega a ser angustiante. Existem coisas que exigem um esforço extra da nossa parte, essa é claramente uma delas.
-A ti já te encontrou?
- Vivemos de ganhos e percas. Já ganhei Bens preciosíssimos, uns que mantenho, outros que já perdi. Acredito no entanto que ainda vou a meio do meu percurso e que muito ainda tenho para ganhar.
- Então aquilo que me dizes é que devemos ficar estáticos? Não correr atrás dos sonhos?
-Nada disso. Estás a confundir tudo.
-Estou?!
-Estás. Os sonhos são algo de concreto, que sabemos querer e desses vale sempre a pena correr atrás. Estou a falar-te daquilo que desconheces, que nem sequer nunca sonhaste, mas que te desgasta por tanto procurares, não tendo noção que está envolto num manto de invisibilidade.
-Não sei se consigo..sou demasiado insatisfeita.
-Percebo muito bem essa insatisfação; é como uma erva daninha que vai destruindo
todas as plantas bonitas que estão à sua volta.
-Ajuda-me a lidar com ela então.
-Posso apenas dar-te uma ferramenta. Um regador.
-Um regador?
-Sim, come ele regas as plantas bonitas que já plantaste no teu jardim e resguarda-las dessa erva daninha. Pelo menos essas não vais perder, protege-as.
- Prometes que a espera vale a pena?
-Prometo.
Senta-te e desfruta
-Espera, vou buscar..
-Já os tenho.
- Escreve o seguinte: - Nunca me irei esquecer que aquilo que mais quero ainda estou para o descobrir.
- Só isso?
- Sim, apenas isso. escreve e guarda o papel sempre junto de ti.
- Porquê?
- Para que não tenhas de correr. Para que saibas que aquilo que mais queres não te pode exigir cansaço.
- Não estou a perceber..
- Sabes, é exasperante corrermos atrás de algo que desconhecemos. Acabamos por nos perder em encruzilhadas, em bêcos sem saída.
-Entendo, mas assim quando irei descobrir aquilo que mais quero?
- Esse é o segredo. Não serás tu quem o irá descobrir. Tal como uma pena de um pássaro que flutua no ar, virá até ti e aí saberás.
-Consegue-se viver assim, com a ansiedade dessa espera?
-Essa é a parte difícil, controlar essa ansiedade que chega a ser angustiante. Existem coisas que exigem um esforço extra da nossa parte, essa é claramente uma delas.
-A ti já te encontrou?
- Vivemos de ganhos e percas. Já ganhei Bens preciosíssimos, uns que mantenho, outros que já perdi. Acredito no entanto que ainda vou a meio do meu percurso e que muito ainda tenho para ganhar.
- Então aquilo que me dizes é que devemos ficar estáticos? Não correr atrás dos sonhos?
-Nada disso. Estás a confundir tudo.
-Estou?!
-Estás. Os sonhos são algo de concreto, que sabemos querer e desses vale sempre a pena correr atrás. Estou a falar-te daquilo que desconheces, que nem sequer nunca sonhaste, mas que te desgasta por tanto procurares, não tendo noção que está envolto num manto de invisibilidade.
-Não sei se consigo..sou demasiado insatisfeita.
-Percebo muito bem essa insatisfação; é como uma erva daninha que vai destruindo
todas as plantas bonitas que estão à sua volta.
-Ajuda-me a lidar com ela então.
-Posso apenas dar-te uma ferramenta. Um regador.
-Um regador?
-Sim, come ele regas as plantas bonitas que já plantaste no teu jardim e resguarda-las dessa erva daninha. Pelo menos essas não vais perder, protege-as.
- Prometes que a espera vale a pena?
-Prometo.
Senta-te e desfruta
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
A música esmiuçada
Sou um apaixonado por música. Preciso quase tanto dela como de respirar.
Ouço-a de uma forma muito particular. Não me basta que soe bem, nas músicas que me apaixonam tudo tem de fazer sentido. A Letra tem de estar em consonância com a parte musical. Só assim me faz sentido. Se o vocalista expressa uma determinada emoção, os instrumentos têm de o fazer também.
Vou dar um exemplo prático para tentarem perceber do que falo.
Nesta música que expressa revolta, raiva, tristeza e inconformismo, conseguimos se estivermos atentos perceber cada uma destas emoções nos instrumentos utilizados.
Temos uma bateria, com uma batida forte e crescente que representa a raiva expressa na letra. No refrão vão ouvir um violino eléctrico que quase parece chorar e que espelha a tristeza. Temos o Baixo que confere um equilíbrio constante à música e uma guitarra que consoante aquilo que o vocalista expressa nas suas palavras o acompanha com riff´s siameses , quase como se a letra e a guitarra estivessem de mãos dadas.
Querem Experimentar? Cliquem no Teste auditivo.
Teste auditivo
Ouço-a de uma forma muito particular. Não me basta que soe bem, nas músicas que me apaixonam tudo tem de fazer sentido. A Letra tem de estar em consonância com a parte musical. Só assim me faz sentido. Se o vocalista expressa uma determinada emoção, os instrumentos têm de o fazer também.
Vou dar um exemplo prático para tentarem perceber do que falo.
Nesta música que expressa revolta, raiva, tristeza e inconformismo, conseguimos se estivermos atentos perceber cada uma destas emoções nos instrumentos utilizados.
Temos uma bateria, com uma batida forte e crescente que representa a raiva expressa na letra. No refrão vão ouvir um violino eléctrico que quase parece chorar e que espelha a tristeza. Temos o Baixo que confere um equilíbrio constante à música e uma guitarra que consoante aquilo que o vocalista expressa nas suas palavras o acompanha com riff´s siameses , quase como se a letra e a guitarra estivessem de mãos dadas.
Querem Experimentar? Cliquem no Teste auditivo.
Teste auditivo
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
Nostalgia presa em memórias.
Podemos descansar da Nostalgia?
É-me tão difícil por vezes saboreá-la. Avivar memórias nostálgicas, que não quero apagar mas que ao mesmo tempo me cortam e ferem. É ultrapassar uma barreira invisível e incontornável.
"As memórias estão na nossa cabeça", disse-me outrora alguém. Este pleonasmo, transvestido de cliché é factual.
As memórias estão na nossa cabeça e são elas que nos vão construindo. Somos o seu somatório.
Elas moldam-nos, dão-nos novas perspectivas, fazem-nos sorrir, mas são também tóxicas.
Saber lidar com elas é um dos maiores desafios. Nunca se consegue ser racional o suficiente para as conseguir manter arrumadas num armário de arquivo, devidamente catalogadas e fechadas.
Gostava tanto de me baquentear num festim de Nostalgia estéril, límpida e sem gumes afiados.
Vêm de novo as memórias, fotografias guardadas numa cloud impenetrável e incorruptível.
As melhores, são muitas vezes aquelas que nos causam mais sofrimento. Perfeita antítese daquilo que melhor tivémos.
Tenho muitas boas e muitas más e nenhuma delas para troca ou venda.
No fundo o que eu pretendia era ter um Manual que me ensinasse a viver com elas sem que me causassem dor. As boas e a más. Embora me seja muito mais fácil ser racional com aquelas menos boas, ou verdadeiramente más.
Talvez tenha começado mal este texto, talvez a questão não seja se podemos descansar da Nostalgia, mas sim se podemos consumi-la sem que ela nos consuma a nós.
Nostalgia
É-me tão difícil por vezes saboreá-la. Avivar memórias nostálgicas, que não quero apagar mas que ao mesmo tempo me cortam e ferem. É ultrapassar uma barreira invisível e incontornável.
"As memórias estão na nossa cabeça", disse-me outrora alguém. Este pleonasmo, transvestido de cliché é factual.
As memórias estão na nossa cabeça e são elas que nos vão construindo. Somos o seu somatório.
Elas moldam-nos, dão-nos novas perspectivas, fazem-nos sorrir, mas são também tóxicas.
Saber lidar com elas é um dos maiores desafios. Nunca se consegue ser racional o suficiente para as conseguir manter arrumadas num armário de arquivo, devidamente catalogadas e fechadas.
Gostava tanto de me baquentear num festim de Nostalgia estéril, límpida e sem gumes afiados.
Vêm de novo as memórias, fotografias guardadas numa cloud impenetrável e incorruptível.
As melhores, são muitas vezes aquelas que nos causam mais sofrimento. Perfeita antítese daquilo que melhor tivémos.
Tenho muitas boas e muitas más e nenhuma delas para troca ou venda.
No fundo o que eu pretendia era ter um Manual que me ensinasse a viver com elas sem que me causassem dor. As boas e a más. Embora me seja muito mais fácil ser racional com aquelas menos boas, ou verdadeiramente más.
Talvez tenha começado mal este texto, talvez a questão não seja se podemos descansar da Nostalgia, mas sim se podemos consumi-la sem que ela nos consuma a nós.
Nostalgia
Conversas entre pai e filho
O meu filho começou ontem na escola a aprender os dias da Semana. Fui buscá-lo ao Colégio e ele ia-mos repetindo enquanto faziamos a pé o trajecto do Colégio para casa. Segunda-Feira, Terça- Feira, Quarta Feira; Quinta- Feira, Sexta- Feira, Sábado e Domingo.
Eu disse-lhe que o dia da semana que menos gostava era a Segunda- Feira. Perguntou-me porquê?
Respondi-lhe que os crescidos normalmente não gostam das segundas-feiras, porque são o dia a seguir ao Fim de Semana e têm de voltar ao trabalho.
Perguntou-me se eu não gostava de trabalhar.
- Gosto filho, mas gosto mais de estar em casa a descansar e ir passear; mas os adultos precisam de trabalhar para poderem ganhar dinheiro para terem uma casa, comprarem comida, pagar a água e a luz, etc..
Olhou para mim e disse-me: - Papá a Escola é como um trabalho?
Respondi-lhe que sim e ele perguntou-me se também ganhava dinheiro?
Eu disse-lhe que na Escola não se ganha dinheiro, na escola aprendemos coisas importantes para depois podermos arranjar um trabalho quando formos adultos.
- Já sabes que trabalho queres ter quando fores grande?
- Ainda não sei Papá. tenho de escolher já?
- Não filho, ainda falta muito tempo para acabares a Escola e teres de escolher um trabalho. Podes pensar com calma.
Quando estávamos a entrar no átrio do Prédio perguntei-lhe:
- Qual é o dia da semana que tu menos gostas Dudu?
- São os dias em que não estou com o Papá...
Get my hand
Eu disse-lhe que o dia da semana que menos gostava era a Segunda- Feira. Perguntou-me porquê?
Respondi-lhe que os crescidos normalmente não gostam das segundas-feiras, porque são o dia a seguir ao Fim de Semana e têm de voltar ao trabalho.
Perguntou-me se eu não gostava de trabalhar.
- Gosto filho, mas gosto mais de estar em casa a descansar e ir passear; mas os adultos precisam de trabalhar para poderem ganhar dinheiro para terem uma casa, comprarem comida, pagar a água e a luz, etc..
Olhou para mim e disse-me: - Papá a Escola é como um trabalho?
Respondi-lhe que sim e ele perguntou-me se também ganhava dinheiro?
Eu disse-lhe que na Escola não se ganha dinheiro, na escola aprendemos coisas importantes para depois podermos arranjar um trabalho quando formos adultos.
- Já sabes que trabalho queres ter quando fores grande?
- Ainda não sei Papá. tenho de escolher já?
- Não filho, ainda falta muito tempo para acabares a Escola e teres de escolher um trabalho. Podes pensar com calma.
Quando estávamos a entrar no átrio do Prédio perguntei-lhe:
- Qual é o dia da semana que tu menos gostas Dudu?
- São os dias em que não estou com o Papá...
Get my hand
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
Conta-me um segredo...
Queres que te conte um segredo?
Já saltei de uma ponte. Fi-lo em consciência, mas de olhos vendados.
Se tive medo?
Muito.
Não como se estivesse a ser empurrado, mas por receio de não ter
coragem.
Se me estatelei lá em baixo?
Fiquei em pedaços, desconstruido, completamente desfragmentado.
Desmontei-me para voltar a ser reconstruído; mas agora livre de lacunas do
passado e do presente que me haviam secado, mumificado.
Porque vendei os olhos?
Porque queria começar de olhos fechados, sem olhar para o abismo e ter a
certeza que não me acobardaria durante a queda.
O que havia lá em baixo?
Tudo aquilo que não havia em cima da ponte. Esperança, vontade e
sobretudo o desconhecido que me poderia salvar de uma morte que já era a
minha.
Se não havia outra forma?
Se não havia outra forma?
Existem sempre alternativas, mas por vezes temos de seguir o instinto,
superar o medo e arriscar da forma mais extrema. Já te disse que o fiz
em consciência ?
O que mudou deste que saltei?
Tudo. Comecei a respirar, recuperei a minha essência, comecei a sentir,
deixei de odiar o Futuro e a conhecer as minhas imperfeições.
Se continuo imperfeito?
Sempre o fui, mas antes de saltar não tinha noção e agora conheço em mim
cada uma dessas imperfeições o que me permite não só lidar com elas,
como tentar diariamente corrigi-las?
Se consigo corrigi-las?
Consigo, com ritmos diferentes, umas já as enterrei, outras ainda me
assombram e me exigem que me esforce ainda mais.
Se sou Feliz ?
Desde que me atirei sem reservas para o abismo que tenho tido imensos
momentos de Felicidade.
Se Voltaria a saltar da ponte?
Se Voltaria a saltar da ponte?
Voltarei se me voltar a corromper ..
.
Quando acordamos com coisas doces..
I remember when
I remember, I remember when I lost my mind
There was something so pleasant about that place
Even your emotions have an echo in so much space
And when you're out there, without care
Yeah I was out of touch
But it wasn't because I didn't know enough
I just knew too much
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Possibly
And now that you are having the time of your life
Well think twice
That's my only advice
Come on now, who do you
Who do you, who do you
Who do you think you are?
Ha ha ha, bless your soul
You really think you're in control?
Well
I think you're crazy
I think you're crazy
I think you're crazy
Just like me
My heroes had the heart
To lose their lives out on a limb
And all I remember, is thinking
I wanna be like them
Mm hmm ever since I was little
Ever since I was little it looked like fun
And it's no coincidence I've come
And I can die when I'm done
(Gnarls Barkley - Crazy)
Crazy
I remember, I remember when I lost my mind
There was something so pleasant about that place
Even your emotions have an echo in so much space
And when you're out there, without care
Yeah I was out of touch
But it wasn't because I didn't know enough
I just knew too much
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Does that make me crazy?
Possibly
And now that you are having the time of your life
Well think twice
That's my only advice
Come on now, who do you
Who do you, who do you
Who do you think you are?
Ha ha ha, bless your soul
You really think you're in control?
Well
I think you're crazy
I think you're crazy
I think you're crazy
Just like me
My heroes had the heart
To lose their lives out on a limb
And all I remember, is thinking
I wanna be like them
Mm hmm ever since I was little
Ever since I was little it looked like fun
And it's no coincidence I've come
And I can die when I'm done
(Gnarls Barkley - Crazy)
Crazy
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Deixa a porta aberta.
Olha...
Hoje quando te deitares deixa a porta do teu subconsciente aberta.
Permite-me que entre nos teus sonhos, prometo-te que não farei barulho e nem darás pela minha presença..
Sabes aqueles sonhos em que voamos e que nos dão uma sensação única e inigualável de conforto e liberdade? Deixa-me pegar em ti e fazer-te voar, estarei invisível.
Sabes aqueles sonhos em que caímos de um precipício e nos dão uma angústia enorme enquanto caminhamos para o abismo? Estarei lá em baixo para te agarrar e não te estatelares no chão...
Sabes aqueles sonhos em que fugimos de alguém que nos persegue e por mais que corramos ele é mais rápido do que nós e sentimos um medo atroz? Estarei lá escondido para lhe passar uma rasteira e não o deixar apanhar-te.
Sabes aqueles sonhos em que de repente nos vimos num Prado verde, repleto de papoilas vermelhas e sentimos uma enorme leveza e uma felicidade tão pura? Serei eu a desenhar esse Prado e a plantar as papoilas..
Sabes aqueles sonhos em que sonhamos que alguém que nos é querido morre e acordamos em sobressalto? Estarei lá para proteger aqueles que te são mais queridos e não deixar que nada de mal lhes aconteça.
Hoje deixa a porta aberta e entrarei devagarinho, não me verás, mas velarei por ti e serei aquele que te protegerá à distância. Não preciso que me sintas, só quero lá estar e dar-te conforto durante o teu sono. Ficarei acordado a noite inteira, mas não te preocupes descansarei quando acordares porque sei que nada de mal te aconteceu.Just dream
sábado, 3 de fevereiro de 2018
Guincho
Dizem que não existem duas ondas iguais, tal como não existem duas pessoas iguais, ou dois amores iguais..
Quando vou ao Guincho há algo que soa sempre da mesma forma; o barulho que as ondas fazem quando rebentam na areia. Talvez seja assim em todas as praias, mas confesso que esta melodia só ali a escuto.
É mais do que uma praia, é um retiro, um lar.
Já ali tive momentos de magia pura, outros de introspecção, alguns apenas de descompressão.
Ali sei que pertenço sempre que disso necessito. Conheço os sons, os cheiros, a textura da areia; conheço-os de cor.
Ali tenho tido também momentos de comunhão com o meu filho. Ele adora tanto aquele pedaço de terra e mar quanto o seu pai.
Hoje tivemos um dia bom, fomos ao nosso Guincho, percorremos descalços a areia, subimos a serra e embarcamos numa aventura; daquelas que só são permitidas a pais e a filhos.
Hoje foi um dia bom porque fomos pai e filho e ambos fomos crianças destemidas e sem limitações.
Já vos disse que o Guincho é especial? Que vou lá há anos e continua um sítio que em nada foi corrompido?
Hoje fomos ao Guincho e não havia vento..
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Silêncio vs Palavras
Há quem tenha medo das palavras, de as proferir, ou daquilo que elas lhes dizem. As palavras podem ser doces, acutilantes, assertivas, corrosivas, elaboradas, ocas..
Existem os que delas desconfiam, aqueles que se alimentam das suas vitaminas, e os outros.
Os outros não definem, nem se deixam adulterar pelas palavras. Há quem lhes chame cépticos, outros dizem-nos cínicos. Há ainda os que lhes conferem um grau de inteligência emocional.
Uns e outros vivem rodeados de palavras e delas não escapam, porque as palavras são uma regra e incondicionalmente presentes.
Sou um tipo de palavras, das que interessam, das que acrescentam, das que me alertam; mas também aceito as que me ferem, porque essas são as que me fazem realmente crescer. Intelectualmente, emocionalmente; mesmo que tenha de ser à bruta, sem vaselina.
Sou das que as usam, sem filtro, sem duplo sentido, sem as desvirtuar.
As minhas palavras são a minha Palavra.
A minha Palavra nem sempre a expresso pelas minhas palavras.
Mais do que homem de palavras, sou veículo de emoções. Facilmente as expresso em palavras.
Ja tentei contar até 3 e sempre que o fiz as palavras que saíram após esta ínfima pausa vieram adulteradas.
Conscientemente consigo medi-las, encurta-las e até mesmo baixar-lhes o volume numa espécie de fade out. Quando o faço perco-as e deixam de ser minhas, apesar de verbalizadas pelos meus lábios.
No silêncio também podemos escutar palavras, interpretá-las da forma como gostaríamos de as ouvir; ou então fazer o exercício contrário e corrompê-las quebrando a magia das palavras ditas em silêncio.. https://youtu.be/Ef1nJWtkprU
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