quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Silêncio vs Palavras

Há quem tenha medo das palavras, de as proferir, ou daquilo que elas lhes dizem. As palavras podem ser doces, acutilantes, assertivas, corrosivas, elaboradas, ocas..
Existem os que delas desconfiam, aqueles que se alimentam das suas vitaminas, e os outros. 
Os outros não definem, nem se deixam adulterar pelas palavras. Há quem lhes chame cépticos, outros dizem-nos cínicos. Há ainda os que lhes conferem um grau de inteligência emocional. 
Uns e outros vivem rodeados de palavras e delas não escapam, porque as palavras são uma regra e incondicionalmente presentes.
Sou um tipo de palavras, das que interessam, das que acrescentam, das que me alertam; mas também aceito as que me ferem, porque essas são as que me fazem realmente crescer. Intelectualmente, emocionalmente; mesmo que tenha de ser à bruta, sem vaselina.
Sou das que as usam, sem filtro, sem duplo sentido, sem as desvirtuar. 
As minhas palavras são a minha Palavra. 
A minha Palavra nem sempre a expresso pelas minhas palavras.
Mais do que homem de palavras, sou veículo de emoções. Facilmente as expresso em palavras.
Ja tentei contar até 3 e sempre que o fiz as palavras que saíram após esta ínfima pausa vieram adulteradas. 
Conscientemente consigo medi-las, encurta-las e até mesmo baixar-lhes o volume numa espécie de fade out. Quando o faço perco-as e deixam de ser minhas, apesar de verbalizadas pelos meus lábios.
No silêncio também podemos escutar palavras, interpretá-las da forma como gostaríamos de as ouvir; ou então fazer o exercício contrário e corrompê-las quebrando a magia das palavras ditas em silêncio.. https://youtu.be/Ef1nJWtkprU

4 comentários:

  1. Estar sozinho a maior parte do dia significa que estamos a escutar ritmos diferentes, ritmos que não são determinados pelas outras pessoas. Penso que é melhor assim. ;)

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    1. Patife é uma grande verdade, mas nem sempre tenho paciência para me aturar. Por vezes os ritmos que crio sozinho desafinam de uma forma que quase me furam os tímpanos ;)

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  2. Gostaria de ser assim, sem medo das palavras. Sobretudo das palavras que podem, sem que eu queira, ferir outros. Sempre fui assim, até a falar comecei muito tarde.
    Mas com os olhos e a expressão não escondo nada. E, tanto vezes, teria dado um jeito tremendo. Não jogo poker.

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    1. Eu sou um óptimo jogador de Poker. O que de certa forma é um contra-senso..

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